sexta-feira, 29 de julho de 2016

Destino





Nas encruzilhadas da vida
Segui um caminho
Será o que o destino me destinou
Ou fui que troquei o destino?!
Foi o destino que o fez
Ou fui eu que fiz o destino?!

Caminhos cruzados
Destinos destroçados
Rumos incertos
Sentidos dispersos
Afinal o que fiz da vida?
O que fez a vida de mim?

Tropecei, caí, levantei-me
Ergui taças de honra
Sorri e chorei sem tino
Enlameei as ruas do caminho
Que calquei no sofrimento
Do destino traçado de lamento

Maria Antonieta Oliveira
29-07-2016


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Saudades De Nós





Sentada neste banco imaginário
Em que tu também estás
Sinto a suavidade da tua mão ausente
Beijo-te nesse olhar penetrante
De amante perdido por mim
Amo-te na paixão arrebatadora
De décadas perdidas sem ti
Olho-te de frente e sorrio
Num doce caminhar ausente

Para lá de ti, para lá de mim
Para lá de nós
Existe o mundo que nos pertence
Meu, teu, nosso
Mas sem mim, sem ti, sem nós
Onde partilhamos dias e anos
De amores e desenganos
De sonhos e ilusões
De vida vivida sem nós

Saudades, amor!
Saudades de nós!

Maria Antonieta Oliveira
25-07-2016


segunda-feira, 4 de julho de 2016

Caminhos de Ontem





A rua estreita caminha
Nas pedras desordenadas já gastas
Comidas pelo tempo passante
As velhas casas desmaiadas
Mantêm o traço original
Mortas despidas de vida
A lembrança de amores passados
Mantem-se viva na memória
Nessas pedras pisadas
Entre beijos roubados
E sonhos de adolescente

Tu, caminhas no meu olhar
De mão na mão
Menino homem de fato e gravata
Olhar atrevido
Sorriso matreiro
Boca desejada de beijos proibidos
Saboreio cada segundo
De memórias e anseios
Momentos d’outros tempos
E vivo e revivo
E sonho acordada

Maria Antonieta Oliveira
04-07-2016
( Ida à Patrício Prazeres)




sábado, 2 de julho de 2016

Palavras





Procuro lembranças nos olhos do coração
Choram lágrimas desavindas de opinião

Cada gota de orvalho sentido
Caída na noite sofrida de solidão
É fogo gelado num peito partido
De lágrimas pisadas nos caminhos escolhidos

Cada sonho desfeito pela vida parida
Nos momentos de saudade
É mel amargo na boca desejada
De amores traídos pelos passos partilhados

Cada hora passada sem ti
Nesta vida atribulada por nuvens negras
É sol incandescente num luar sem estrelas
Na noite escura onde caminhantes erram caminhos

Cada olhar perdido no pensamento
Da miragem das águas dos mares de além
É arco-íris sem cores brilhantes
Na natureza agreste dos campos floridos

Cada palavra que escrevo
Nos poemas paridos da vida passante
É doce fel de abelhas trazido
Na vida angustiante que me persegue

Maria Antonieta Oliveira
02-07-2016

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Sonhei Contigo, Amor





Sonhei contigo, amor
Passeávamos de mãos dadas
Nas areias cálidas do outono
Naquela praia nunca antes desbravada
Onde o luar e o sol se confundem
E o mar bate de mansinho
Dando à rocha todo o carinho
Que sentimos ao nos amarmos

Eu e tu
Naquela praia só nossa
Fazendo inveja às gaivotas esvoaçantes
Solitárias caminhantes do destino
Nós dois, como dois peregrinos
Unidos em nossos caminhos
Passeávamos de mãos dadas
Nas areias cálidas do outono.

Sonhei contigo, amor!

Maria Antonieta Oliveira
23-06-2016
(Escrito no Parque de campismo Minueira em Grove – Espanha)
A imagem corresponde ao local aonde escrevi para ti.

Deixei de Esperar





Deixei de esperar
Sim, deixei de esperar
Para quê voltar a sofrer
Esperando, esperando
E nada acontecer

Sonhei demasiado alto
E meu coração em sobressalto, espera
Já cansado do caminho percorrido
Espera desolado por se ter convencido
E sair de novo derrotado

Queria sonhar contigo, e sonhei
Sonhei desalmadamente
Com um passado presente
Com um futuro diferente
Em que sorria ao amor

Sorri e revivi esse amor só nosso
Sorrio e vivo de novo
Momentos de prazer e felicidade
Esperei e de novo espero
Esta nossa realidade

Mas,
Deixei de esperar!

Maria Antonieta Oliveira
01-07-2016