terça-feira, 29 de novembro de 2016

Tenho Medo






Tenho medo
Dos dias em que não te tenho
Tenho medo
Dos beijos que te não dou
Tenho medo
Dos desejos que sinto em mim
Tenho medo
De perder o que jamais tive
Tenho medo
De ser o que não quero
Tenho medo
Do amanhã sem ti
Tenho medo
Da vida sem vida que vivo
Tenho medo
De mim quando tu não estás
Tenho medo
Da escuridão da noite
Tenho medo
Dos dias frios de inverno
Tenho medo
De ter medo de mim.

Maria Antonieta Oliveira
29-11-2016

Pérola Prometida





Apalpo o caminho que me tolhe os passos
E sinto-me presa à solidão do tempo
Que me consome e ofusca os dias
Que me dói e acalenta devaneios
Quero viver sorrindo à vida
Desinibida e solta no destino
Sem freios nem medos desmedidos
Com fé e esperança no sol que me aquece
Com sorrisos banhados de certezas.

Quero ser a pérola prometida
À vida da vida que passa por mim.
Quero viver na cúpula dos sonhos
Na terra onde piso
o caminho que me tolhe os passos.

Maria Antonieta Oliveira
29-11-2016


Somos






Sou tua nas roupas que me vestes
Sou tua quando me despes
Sou tua quando me beijas e abraças
Sou tua quando me amas na cama
Sou tua quando me olhas nos olhos
Sou tua quando me sentas em ti
Sou tua quando me sonhas e te sonho.

Sou tua, és meu, somos nossos
Nos sonhos que ambos sonhamos.

Maria Antonieta Oliveira
29-11-2016

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Saudades Tuas





Sinto saudades tuas
Nas noites longas em que estou só
Saudades do teu corpo doce e quente
Dos teus beijos longos e molhados
Nesta ausência que me dói e mata
Sinto saudades tuas.

Ao longe vejo o mundo passado
Tão perto de mim, tão perto de nós
Vivências de dias felizes
Momentos jamais esquecidos
Tão nossos, tão nossos e tão bons
Ansiados num desejo sem fim.

A solidão faz-me companhia
Nos serões destas noites frias
Aqui e além vejo o teu rosto sorrindo
Nas sombras caiadas das paredes alvas
Abraço-te em sonhos desmedidos
E vivo, e sofro, e caminho contigo.

Sinto saudades tuas, amor.

Maria Antonieta Oliveira
28-11-2016



domingo, 20 de novembro de 2016

A Flor do Amor





Olho a flor que me deste
Já murcha e ressequida
Mas ainda com o teu cheiro
Nela vejo o teu sorriso
E sinto o prazer do teu olhar

Ouço a chuva que cai no beiral
Também dos meus olhos a chuva cai
Salgada como a água do mar
Fria como frio está o meu coração
Lá fora o tempo parece parar
No meu peito o tempo voa demais
Quero com ele voar e pousar
Naquele braço de mar
Que conduz ao luar do amor.

Aquela flor sem brilho
Olha-me de frente
E eu de repente estremeço
Quase não me reconheço
Mas conheço o odor
Nas pétalas esquecidas
Da vida já passada.

Sem vida
A flor do amor
Com vida
O amor em flor.

Maria Antonieta Oliveira
20-11-2016


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Jazia No Chão






Junto ao candeeiro jazia no chão
Qual folha de outono soprada p’lo vento
Descalça, sem tecto
Desnuda, sem leito
Um corpo franzino
de ossos carcomidos
vencidos pela fome.
Guerreira num mundo sangrento
Outrora flor de um jardim feliz
Agora ruína, destroçada, infeliz.

Na luz ténue
Adormecia e sonhava
Ser flor renascida
na primavera da vida.

Maria Antonieta Oliveira
18-11-2016

Na Magia da Noite




A noite caiu na plenitude do meu ser
E lembro-me de ti
Sinto saudades do ontem perdido
Ouço a tua voz cantante
No silêncio do meu quarto
E lembro-me de nós
Na sombra da parede defronte
Vejo o teu rosto sorrindo
E sorrio para ti
Abraço a almofada esquecida
Na penumbra da noite
E sinto-me feliz
Como se te abraçasse a ti, amor.

Na magia da noite
Vivo o sonho de te amar
E assim, adormeço em nós.

Maria Antonieta Oliveira
17-11-2016

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Mente Baralhada





De mente baralhada
Caminho ao longo da estrada
Onde me esperam desvios e desatinos
Incertos trilhos e destinos esquecidos
Na frondosa floresta, me perco
Nem sol nem lua me acompanham
Sinto-me só, desesperadamente só
Procuro conforto no silêncio das árvores
No manto das nuvens encontro o calor
Que aquece o meu coração magoado
Sofrido e gelado na esperança vã
De um amanhecer sorridente e caloroso
De um amanhã em que me reencontre
Em que saiba como ser feliz sem sofrer.
No brilho das estrelas encontro a paz
Tão curta e ligeira como a felicidade do momento
O momento que passa e deixa saudade
Saudade traiçoeira, matreira e ingrata
Que magoa e faz chorar um coração empedernido
A chuva que cai impiedosa limpa meu ser pecador
Dos meus olhos tristes correm lágrimas de sal
E sofro, e choro, e grito, e imploro
Perdão!
Perdão, meu Deus!
Perdão!

De mente baralhada
Caminho ao longo da estrada.

Maria Antonieta Oliveira
17-11-2016



segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Sou Lua






Sou lua que parte
Para destino incerto
Sou nuvem sou sol
Sem rumo sem tecto
Sou lua escondida
Espreitando a vida
Da onda gigante
Que passa galopante
Sou lua despida
De tudo e de nada
Brilhando no mar
Deixando saudade.

Sou lua!
Sou Tua!

Maria Antonieta Oliveira
13-11-2016




domingo, 13 de novembro de 2016

Quando Eu Morrer




Quando eu morrer
Na volta da vida
Vou ser o que quero
Viver os meus sonhos
Ser livre e voar
Dançar na noite
Cantar ao luar
Caminhar ao sol
Ouvindo o teu canto
O teu marulhar

Não quero pensar
Na mente dos outros
Não quero pisar
O caminho certo
Não quero fazer
Tudo o que é correcto
Não quero, não quero
A prisão da vida
Quando eu morrer
Quero ser esquecida.

Maria Antonieta Oliveira
13-11-2016

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Espelho






Olhei-me no espelho da alma
E vi a menina magricela de outrora
Triste e desanimada com a beleza
A menina amada pelos meninos
De olhares inocentes e puros

A menina introvertida
Sem nenhuma amizade
Sem sonhos para viver
Sem vida para sonhar
Fechada na janela aberta para a rua.

Olhei-me no espelho da alma
E fiquei triste por mim.

Maria Antonieta Oliveira
03-11-2016




Saudades Tuas





Deposito meu corpo na cama fria
Minhas mãos tateiam os lençóis alvos
Dedo a dedo, palmo a palmo, e nada encontram
Estendo os braços para o lado
E tu não estás para me abraçar

Recordo teu olhar doce e terno
Tuas mãos macias percorrendo o meu corpo
Os teus lábios carnudos beijando os meus
Recordo-te no meu imaginário
Nos meus sonhos perdidos.

Recordo-te
E sinto saudades.

Maria Antonieta Oliveira
03-11-2016


Ao Acordar




Amanhã ao acordar
Beijo os teus lábios amor
Cuido de ti com fervor
Dou-te abraços com carinho
Enamoro o teu olhar
Fico presa no teu abraço
Gozando o brilho do sol

Amanhã ao acordar
Vou sentir o teu calor
Olhar teus olhos brilhantes
Abraçar teu corpo sequioso
Pelo meu do teu desejoso
Embrenhada de prazer
Inebriada de sonhos.


Amanhã ao acordar
Vou ser feliz, amor.

Maria Antonieta Oliveira
17-04-2016


Tirem-me Daqui






Não pertenço aqui
Tirem-me deste lugar onde insisto estar
Tirem-me!

Levem-me para bem longe
Para um mundo diferente
Onde reine a paz e a alegria
Onde haja pão e amor
Onde as crianças sejam felizes
E os idosos se sintam petizes
Um mundo de eterna felicidade.

Tirem-me daqui!

Maria Antonieta Oliveira
11-11-2014


Perdida






No momento em que
Os gritos dilaceravam o coração
As lágrimas corriam quais rios à procura do mar
Desse mar sem fim, profundo e imenso
Nesse momento me senti perdida
Perdida sem ti.

Maria Antonieta Oliveira
14-01-2015


Quero Relaxar






Quero relaxar
Parar de sentir
As dores do teu sofrimento

Sorrir
Rir
Saltar
E gritar bem alto
A minha
A nossa alegria

Extravasar agonias
Gritar dores
Sentidas por ti
Sofridas por mim

Quero cantar vitória
E a Deus agradecer
Dias
Horas
Momentos
A vida que estou a viver.

Quero relaxar
Preciso relaxar
Quero viver.

Maria Antonieta Oliveira
03-11-2016


O Frio No Meu Peito






De novo o frio
Aperta o meu peito
Num querer e não querer
De um estar insatisfeito

Gelada trémula e triste
Caio no mundo louco onde vivo
E resisto a mais uma incerteza
Das certezas por que me motivo

E entre as pedras soltas
Que me surgem no caminho
Saltito de uma para a outra
Na busca de um quente destino

Para aquecer o meu leito
E nele adormecer contigo
Deposito pétalas de rosa vermelha
E enrosco-me num abraço amigo.

O frio que me aperta o peito
Num querer e não querer
De um estar insatisfeito
Insiste e permanece a doer.

Maria Antonieta Oliveira
03-11-2016





terça-feira, 1 de novembro de 2016

Barco dos Sonhos





No barco dos sonhos
Naveguei sozinha
Pelos mares d’outrora
Flutuei nas ondas dos ventos
Sorvi o olhar das gaivotas passantes
Num beijo salgado das lágrimas caídas
Adormeci ao luar quente
Da noite vadia passada contigo

O mar traiu o meu sentir
As vagas galgaram os meus anseios
Destruíram os meus sonhos
Destroçada fiquei na rocha sentada
Ao som das ondas batendo
E eu sofrendo, sofrendo
Acordei sob o sol radioso
Aquecendo o meu coração ansioso.

Maria Antonieta Oliveira
01-11-2016

Quisera





Quiseram meus olhos encontrar os teus
E neles se perderam e se encantaram
Quiseram meus beijos encontrar teus lábios
E neles aprenderem o verbo amar
Quiseram minhas mãos tocar as tuas
E nelas sentir o calor do teu afago

Quisera o destino
Que o destino nos perdesse
Quisera o destino
Que o destino nos encontrasse

Quisera-mos nós
E seremos felizes.
Quisera-mos nós
E amanhã o sol raiará.

Maria Antonieta Oliveira
01-11-2016