sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Rastejo





Rastejo, qual serpente no deserto
Farejo o dia em que me perdi
E não o vejo

Agora sou eu
Preciso de mimo, carinho e apoio
Dói-me o sentir, o viver
Quero morrer

Nesse deserto em que rastejo
Me perco e revejo e caminho sozinha
Nem sol nem lua me iluminam
A minha luz ficou contigo
Eu, fiquei embaciada, esbranquiçada
Pálida de lágrimas perdidas
Cálidas as noites serenas
Em que nem os pássaros pipilam

Meu corpo rasteja na areia fina
Do deserto em que me encontro
Nem água nem fome me atormentam
A aridez é completa
Atingi minha meta
Já nada me prende ao solo onde nasci
Quero partir daqui
Vísceras esquecidas em prol de nada

Rastejo em prece a Deus
Para que me livre de pensamentos nefastos
Onde a vida não mora
E a morte existe
Que encaminhe meus passos
Me leve em seus braços
E me tire dos enleios da vida
Onde rastejo perdida.

Maria Antonieta Oliveira
23-10-2015


1 comentário:

  1. Por vezes, vemo-nos vergados, perdidos,
    Rastejantes pelo chão...
    Mas sempre poderá existir uma luz,
    Talvez fogo de paixão.
    E assim, podemos nos soerguer,
    Ao encalço daquele carinho
    Mesmo que seja doce pecado
    Bela rosa com algum espinho
    Porque o que importa é sentir e viver
    Todos os instantes antes de morrer.

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