quarta-feira, 9 de maio de 2018

Aquela Janela




Um dia, no sino daquela igreja
ficarei perdida
Um dia, no sino daquela igreja
ficará minha vida.

E a criança olhava e entristecia
E a estória ao anoitecer acontecia.

Mas, daquela janela
a criança também sorria.
Quando ao entardecer as aves voltavam
às árvores que serviam de morada
e adormeciam.
Um chilrear ensurdecedor
e ao mesmo tempo maravilhoso,
acontecia.
A natureza no seu esplendor.

E sorria também
quando chegavam os carros
todos iguais
e deles saiam as noivas
puras e radiantes,
ansiosas e felizes
para naquele dia,
o dia do santo casamenteiro
as abençoasse.
Todos os anos, no dia de Sto. António.

Mais tarde,
também naquela janela
a adolescente,
sonhou!

Maria Antonieta Oliveira
09-05-2018

Nota - Os sinos eram da Sé Patriarcal de Lisboa

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