segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Sonhos


 

 

 

Saí da gruta

O frio apertava enregelando o meu corpo desnudo

O vento soprava forte, ensurdecendo o espaço

Ao redor, apenas destroços de vidas passadas

Areias movediças batidas pela maré

Oscilações renovadas pelas madrugadas

Soltei o grito da liberdade

O eco repetiu o meu grito desesperado

Um grito há demasiado tempo retido.

 

Acordei assustada

O grito ecoara na minha vida privada

A liberdade não passou de um sonho

A gruta jamais existiu

Desnuda e com frio, espero-te

Quero sentir o calor do teu corpo antes de partir

Beijar-te a amar-te sofregamente

Até o sol se pôr no horizonte.

 

 

Maria Antonieta Oliveira

15-02-2021

  


 

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