quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Inerte


 

 

 

Estagnei naquela rua onde um dia passavas

A paragem de autocarro desapareceu

Talvez tenhas partido com ela

Para onde, não sei, nem importa

Fechei o meu mundo quando me fechaste a porta

Perdida e sem teto cansei de viver

O destino traiçoeiro ria-se de mim

- Quando acabas? Quando tens o teu fim?

Sonâmbula de sofrimento, gelada

Da noite dormida ao relento

Pousei meu coração no chão

Elevei a voz numa canção de amor

E encantada comigo, dancei contigo

Enamorada da lua, fui tua

E o autocarro passou

Noutra rua, noutro lugar

O sonho acordou na paragem

E eu, estagnei no momento

Deixei voar o pensamento

E encontrei-te na passagem de mais outro dia.

 

Maria Antonieta Oliveira

24-08-2022

 

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