quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Doces Amargos


 

 

Doces, guloseimas, lágrimas

 

Cada gota de chuva caindo

É como uma bala em meu coração

Goteiras dos telhados caindo

Dos beirais das janelas

Salpicos que molham

Papelões ensopados

Jornais sem vida na vida

E a vida, onde está? Onde fica?

Mortos com vida e vivos já mortos

Miserável puta de vida

Fome, frio, chuva, vento

Porque nasci para isto?!

Porque não morri ao nascer?!

Ou, sim, talvez tenha mesmo morrido

Mas nasci para sofrer

Sofrer esta vida na rua sem nada

Esta miserável puta de vida.

 

Maria Antonieta B. A. Oliveira

22-01-2025

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