Já
nada me doi
De
tanta dor sentida
Já
não sou ninguém
De
tanto que já fui
Nem
a água me banha
Nem
o mar me acalma
Nem
o sol nem a lua me beija
Já
nem as flores se abrem quando chega a primavera
O
verão já não me aquece
Nem
o inverno me arrefece
Meu
corpo sofrido partiu
O
silêncio à minha volta é sepulcral
O
cheiro das flores já mortas
Enoja-me
entristece-me
Mataram
as flores
Para
as darem a quem já não as vê
Morta
por morta
Antes
eu que as rosas.
Maria
Antonieta Oliveira
11-01-2023
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