quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Os Sons do Amor


(Imagem google)







Percorri teu corpo
como quem dedilha uma guitarra
Cantei-te um fado!

Cada tecla do teu piano, eu toquei
ao som da serenata que soava
quando por ti me apaixonei.

Na harmónica da tua boca
suaves e melodiosos beijos
partilhavam o som dos meus desejos.

E,
no acordeão presente
delirei…
tocando-te,
sentindo-te,
amando-te loucamente!

sábado, 25 de agosto de 2012

Vive Brincando








Salta, pula, joga à corda
Vive feliz e contente
Canta, dança vai de roda
Brinca e ri para a gente.

Olha o pião a rolar
Rola, rola até cair
Vai a correr apanhar
Volta p’ra cá a sorrir.

Brinca às escondidas
Esconde aqui esconde acolá
Ora p’ra lá das esquinas
Agora corre para cá.

Criança alegre e feliz
Brinca sempre a vida inteira
Nunca deixes de ser petiz
Faz da alegria a tua bandeira.

Visionária do Destino






Será que estou sonhando
ou és tu que vens andando
na minha direcção?!

Não é sonho, não
É apenas uma visão!

De ti,
nem corpo, nem mente
nem teu olhar persistente
que enlouquece meu desejo,
nem teu corpo musculado
que perdi em algum lado
na lonjura do teu beijo.

Visionária do destino
procurei-te com carinho
e nada de ti encontrei
À lâmpada de Aladino
roguei e até chorei
suplicando teu regresso
Em troca ela me deu
um amor jamais vivido
nunca por mim sentido
no meu coração sofrido.

Acordei
Nem sonho, nem visão
Na minha, a tua mão
adormecia aquecida
Agradeci à vida
por te ter sempre a meu lado
meu doce e querido amado.

Quero-te A Ti






Quero beber o teu sabor
para aliviar minha sede
Quero o sabor dos teus beijos
para saciar meus desejos
Quero em teu corpo me enroscar
Quero a ti, sempre amar!

Quando For Grande







Quando for grande

Quero ser
Menina traquina
Irrequieta e ladina

Quero brincar
Às escondidas
Vestir saias garridas
E usar chinelas nos pés

Quero saltar ao eixo
Jogar e saltar à corda
Com a minha saia de roda

Vestir sem qualquer pretexto
Calções de chita riscados
Blusas de folhos dobrados
Laçarotes no cabelo
E outros apetrechos
Sem ter muito que pensar.

Quero ser andorinha
Fugida do seu beiral

Quero
Voar livremente

Quero ser
Menina traquina
Irrequieta e ladina!

Qual Vulcão

(I

(Imagem google)




No solstício do meu coração
Entraste e saíste
Qual vulcão desnorteado
Sem rumo ou caminho
Incerto no destino.

Assim, tu,
Entraste e saíste
Deixando
Um rasto de cinzas negras
escurecendo todo o meu ser.

Tornando-o
Árido e seco
Frio e triste
Enegrecido
Como a noite de breu.

Entraste e saíste!...




Piu... Piu...


(Imagem google)






Vi um dia um passarinho
à beira do meu telhado
Tinha caído do ninho
onde foi alimentado.

Voa, voa passarinho
Canta, pia chilreia
Voa mais devagarinho
Deixa a nuvem que t’enleia.

Piu…piu…, piu… piu…
Volta e meia bates asas
Piu…piu, piu…piu
Por entre o sol esvoaças.

Piu…piu…
Piu…piu…
Continua passarinho

Piu…piu…
Piu-…piu…
Voa, voa passarinho

Piu…piu …
Piu… piu…

Para Lá do Rio






Parti de ti
com a mágoa no olhar
Ao longe, fui-te vendo
num tranquilo caminhar
Queria a teus braços voltar
Sentir no meu corpo o teu afago
Nem sempre quente
Algo ausente
Mas queria!
Queria ter-te mais perto
sempre e só para mim
Queria contigo viajar
para lá do braço do mar
Em tuas águas me embalar
E de noite
À lua gritar o teu nome
Às estrelas suplicar desejos
E,
Ser livre!

Outro Mundo





Naveguei num barco à vela
nesse mar calmo e profundo
procurando um outro mundo.

Mundo de paz e amor
sem sofrimento e dor
sem fome e sem guerra,
onde esqueletos oscilantes
não fizessem parte dele.

Um mundo de flores viçosas
onde as crianças fossem rosas
vivendo no paraíso
onde o sol transformasse
a seara em doce pão
e a lua dissesse não
aos abutres dos senhores.

Um mundo colorido
radiando felicidade
onde cada ser nascido
encontrasse uma realidade
jamais vivida
encontrasse uma outra vida
e pudesse orar então:
- Obrigada, meu Senhor
por me dares este chão!

O Sabor do Amor








No silêncio onde me deito
acordo em ti, amor
No corpo onde descanso
mitigo a minha dor.

No céu que piso sem ver
encontro em mim outro ser

Nas ondas que passam voando
descubro meu viver recuando

Nesse teu mar em mim
que procura um amor passageiro
Um dia,
sim, um dia, terá fim
E o vento chegará ligeiro
deixando no ar
o sabor do nosso amor.


O Que Me Diz O teu Olhar




Olho-te
e nada vejo
Um olhar parado
como se nada existisse ao teu redor
Um coração magoado
sofrido e desesperado
Lábios cerrados
onde nem um sorriso
consegue entrar
Ou um beijo de amor
almeja penetrar
Face rígida
Límpida e fria
Tez sombria
Olhar sofrido!

Olho-te de novo
Vejo um olhar de menino
Traquina e brincalhão
De sorriso fácil
De coração na mão
De tez sorridente
Em tudo diferente.

Nestes dois olhares
Te encontro.
És tu!

Tuas vidas já vividas
Teus amores e desamores
Tuas paixões e ilusões
Teus segredos e enredos

Vida intensamente vivida
Na procura da felicidade.

Vida sempre vivida
Em esperança!
Com esperança!






Na Miragem do Caminho






Na miragem do caminho
Persigo os teus passos
Arvoredo intenso
Tolhe-me os movimentos
Tropeço e caio
Em raízes envelhecidas no tempo
Tapetes de folhas ressequidas
Dão guarida aos meus pés cansados.

Aqui e ali
Cruzo-me com ramos partidos
Perdidos da árvore mãe

Também eu me perdi
nas veredas do pensamento
Também eu me esqueci
de viver sem um lamento.

Mas continuo
Perseguindo os teus passos
Na miragem do caminho.

Linhas Mal Traçadas









Escrevo-te
Nestas linhas em branco
Mal traçadas
Nestes sentires desnivelados

Tento dizer-te
Tudo o que sinto
Escondido em meu peito

Quero
Em palavras já gastas
Jamais escritas

Transmitir
Meus desejos obscuros
Meus sonhos omissos
Meus segredos secretos
descobertos por ti
ao abrires meu coração.

Passar em palavras
riscadas
Nesta página em branco
O que o meu coração sofrido
grita e clama
O que minhas lágrimas escarlate
saídas de meus olhos doridos
Choro sufocante
em silêncios calados
magoados.

Escrevo-te,
nestas linhas mal traçadas
O quanto te amo!


Cama Nua


(Imagem google)





Estou sozinha na cama
sem alento…
Queria não estar contigo
tirar-te do pensamento

Assim despida,
me sinto nua de afagos
Fria, de acasos vividos
E outros,
apenas sentidos, sonhados

Sem um véu que me cubra
meus sentimentos desnudos
afogam-se no sal
das marés vivas
que saem dos meus olhos.

O sol fraqueja
A lua se encobre
Sinto-me perdida
Nesta cama nua
Onde tu não estás.

A Culpa da Pomba


(Imagem google)





Uma linda pomba pousou
Na ponta do meu beiral
Trazia algo no bico…
Levantei-me de mansinho
Afastei o cortinado
O que ela tinha no bico
Estava todo enrolado
Acariciei as suas penas
Retirei-lhe o canudo
Nele tinha o teu recado
Num papel demais usado
Dizias sentir amor
- Oh meu Deus, que horror!
No meu nome te enganaste
Maria, lá não puseste
Tudo o resto estava errado!
Chorei desenganada.

A pomba estremeceu e voou
Triste alma já cansada
Sabia ser a culpada!