São
Pedro abriu os braços
Para
te receber
E
tu, partiste
Foste
nos braços de um abraço eterno
E,
partiste
Deixaste
para trás a vida que viveste
A
família que construíste
O
amor que partilhaste
E,
partiste
São
Pedro levou-te
No
conforto dos seus braços te elevaste
E,
partiste
Que
a paz desse abraço
Te
dê a eternidade!
E,
partiste!
Maria
Antonieta Oliveira
30-06-2021
A
solidão sufoca-me a garganta seca
De
tantas lágrimas salpicadas de sal
Expelidas
em momentos de desespero
Sem
ti a meu lado, numa ausência sem fim
Em
que te sei nos braços de outra mulher
Uma
outra qualquer que te desviou de mim
Talvez
numa curva em que o caminho vos cruzou
E
eu, isolada sem ti, desesperada, aqui estou
Os
olhos vermelhos de tanto chorarem
A
garganta seca de tanto chamar o teu nome
Dias,
semanas e meses em anos passados
Sem
ti comigo, sem ti a meu lado.
Sufoca-me
esta solidão!
Maria
Antonieta Oliveira
30-06-2021
Nas
folhas secas de um livro esquecido
Desfolho
um poema
Pétala
a pétala
Nas
letras do alfabeto
Escrevo
o teu nome
A
folha caduca
Denuncia
o tempo perdido
Que
ficou noutro livro
Noutras
folhas ainda viçosas
Com
o odor das pétalas das rosas
Onde
o amor abundava
Nas
águas cálidas do teu rosto
Regadas
de sal
A
minha face sorria
Sorriso
triste, mas de esperança
Em
outras folhas escrever
Uma
vida de abundância
Regada
dia-a-dia
Pela
simples palavra “AMOR”
Maria
Antonieta Oliveira
24-06-2021
Exalas
a luz da vida
O
sol brilha no teu olhar
Serena
e tranquila
Vives
o momento em que a paz te visita
A
áurea que te envolve
É
branca e alva de pureza
Na
cabeça, a coroa da realeza
Protege
os teus cabelos grisalhos
És
rainha por um dia
O
dia em que ao acordares vives
A
luz exalada do brilho do teu olhar.
Maria
Antonieta Oliveira
22-06-2021
A
chuva fustigava o meu rosto
O
cabelo escorria pelos ombros cansados
Pesado
o caminho deste dia
As
nuvens descarregavam
E
eu, continuava…
Um
caminho solitário
De
veredas, penhascos e ribeiros
Ventos
fortes derrubando o destino
Mudando
o troço pretendido
Os
sonhos carregados de poeira
Desvaneceram-se
perdidos no tempo
E
eu, continuava…
Caminhando
sozinha…
Maria
Antonieta Oliveira
21-06-2021
Um
manjerico bem cheiroso
A
ti, vou oferecer
Stº.
António todo airoso
Também
um, vai querer.
Stº.
António casamenteiro
Diz
o povo popular
Ele
que nos dê dinheiro
Para
os noivos irem casar.
Manjericos
e casamentos
Lembram
logo o Stº. António
Sejam
bons os pensamentos
Levem
p’ra longe o demónio.
Stº.
António dos milagres
Faz
mais este acontecer
Dá
ao mundo muita paz
E
pão para comer.
Maria
Antonieta Oliveira
11-06-2021
Quando
o mar invade o teu olhar
E
o sol brilha na colina
Quando
desces ao fundo de ti
E
sentes a areia fugindo nos teus pés
Quando
entras em depressão
E
pisas firme as pedras do chão
Quando
és o que não queres
E
queres o que não és
A
confusão está instalada
Já
não sabes nada de nada
Apenas
sentes no corpo
O
calor do sol da colina
E
o sabor do sal do mar.
Maria
Antonieta Oliveira
07-06-2021
É
neste silêncio que vivo
Eu,
o vento, o pardal maluco chilreando
O
cão do vizinho, ladrando
A
folhagem caindo
A
água do moinho correndo
A
vela girando
O
som do meu pensamento
Mudando
o rumo ao vento
Levando
e trazendo
Este
silêncio onde vivo.
Maria
Antonieta Oliveira
06-06-2021
Sou
borboleta
Mariposa
Ou
simplesmente, larva
Sou
o que sou
Sem
voar, voando
Sem
pousar, pousando
Sem
asas brilhando
Mas
com áurea a brilhar
E
luz no olhar
Sou
borboleta
Mariposa
Ou
simplesmente, larva
Sou
o que sou
Sou
eu
Amante,
amada
Sou
a metamorfose
De
um amor feliz.
Maria
Antonieta Oliveira
06-06-2021
Tenho
medo que o dia me traga
Um
cansaço dorido
Um
momento ou um pensamento sofrido
Tenho
medo de um engano
Desenganando
o que almejo
Tenho
medo da noite acabando
E
o sol clareando o dia
Me
traga tristeza e nostalgia
Tenho
medo de acordar
E
este meu lindo sonho terminar
Tenho
medo
Muito
medo
Não
quero mais sofrer
Quero
viver e amar.
Maria
Antonieta Oliveira
06-06-2021
Quando
um sorriso falseia o momento
E
tanto fica por dizer, ou fazer
O
coração parte-se e a mente explode
São
sentimentos contraditórios
Estilhaços
de vidros perfurando o ser
Momentos
em que a mentira existe
E
a falta de sinceridade persiste
Sorriso
falseado é traição
Ou
talvez, apenas
Um
disfarce do coração.
Maria
Antonieta Oliveira
06-06-2021
Como
te poderia esquecer
Se
nunca te esqueci?!
Jamais,
amor, viverei sem pensar em ti
Jamais,
amor, adormecerei sem pensar em ti
Desde
há muito, fazes parte do meu viver
Desde
há muito, fazes parte do meu querer
Foste,
és e sempre serás, aquele a quem amo
Foste,
és e sempre serás, aquele que me faz sorrir
Das
lágrimas que derramei nasceram flores viçosas
Das
lágrimas que derramei salpiquei o caminho que percorri
Hoje
contigo, mesmo ausente, sorrio à vida
Hoje
contigo, mesmo ausente, sou feliz.
Como
te poderia esquecer
Se
nunca te esqueci?!
Maria
Antonieta Oliveira
05-06-2021
Rabisquei
umas letras num papel já gasto
Outrora
jornal, lido por muitos
As
mãos enegrecidas por muitas páginas passadas
A
tinta soltou-se nas linhas por ler
Os
cantos rasgados de tanto molhados
Pela
saliva de quem os folheou
As
minhas letras perderam-se
Ficaram
omitidas, escondidas, esquecidas
O
papel já gasto de um jornal qualquer
Foi
o único refúgio onde guardei o meu segredo
Nele
deixei escrito o nosso poema de amor.
Maria
Antonieta Oliveira
01-06-2021
Já
fui criança?!
Não
sei!
Não
me lembro!
Talvez
tenha sido!
Talvez
não!
Sei
que nasci um dia
Sei
que cresci e vivi muitos dias
Sei
que existo neste dia
Mas,
Fui
criança?!
Vivi
criança?!
Brinquei
criança?!
Não
sei!
Não
me lembro!
Maria
Antonieta Oliveira
01-06-2021
