quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Um Novo Caminho





Quero começar um novo caminho
Rasgar trapos velhos
Partir copos de cristal
Destruir sonhos quebrados
Esventrar corações destroçados
Trilhar caminhos rasgados

Quero começar um novo caminho
Criar raízes noutros mundos
Folhear livros esquecidos
Ler romances proibidos
Aprender com a lua e o sol
Com o mar e areia, desenlear minha teia

Quero começar um novo caminho
Quero paz, saúde a carinho
Quero amor e tranquilidade
Quero palavras sábias
Quero saber dar e receber
Quero caminhar e viver.

Quero começar um novo caminho
Num mundo de paz e amor!
Quero continuar a ter Fé e esperança
Em Deus nosso Senhor!

Maria Antonieta Oliveira
31-12-2014




domingo, 28 de dezembro de 2014

Choro

CHORO


No meu coração chovem lágrimas de dor
Lá fora, chovem as nuvens no céu levadas

Choro!
Nem sei porque choro, mas choro
O meu coração partido, dorido, sofrido
Pela dor e sofrimento que me rodeia
As dores do amor, do corpo e da alma
As dores do tempo que se esvai
As dores daqueles que partem e não voltam mais
As dores de querer, de ter, de viver e sentir
As dores que meus olhos choram.

Choro!
Sem querer, quase não penso em Ti
Penso, sim penso!
Mas é tão vago o meu pensamento
Rogo-Te sem rezar
Peço-Te sem antes Te agradecer
Quero, quase exijo, e nada Te dou em troca

Creio!
Creio em Ti Senhor!
Creio!
Creio em ti minha Santa Mãe!
Creio!
Nada abala a minha Fé!

Amanhã, não chorarei!
Amanhã meu coração estará radioso
E lá fora, as nuvens passaram deixando no ar um aroma feliz.

Amanhã não quero sentir deslizar no meu rosto
Lágrimas do sofrimento sentido

Não quero!
Não quero!
Mas choro!

Maria Antonieta Oliveira
28-12-2014






quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Vida Fugaz





Ontem, eras um jovem petiz
Enamorado

Enamorado pelo amor que sentias
Pela vida que querias
Por tudo o que fazias
Sem pensares que o tempo passa
A vida esvoaça
A dor afugenta a felicidade
A saúde, a alegria

E, num momento
Tudo parece um tormento
A vida é sofrimento
O tempo é fugaz
Voa dilacerando os ventos
Corações destroçados
Caminhos aniquilados
E tudo se perde.

Vive o hoje que é hoje
Vive o presente que é presente
Vive a felicidade do momento!

Maria Antonieta Oliveira
24-12-2014

domingo, 21 de dezembro de 2014

Inocência de Menino





Pezinhos descalços
caminham pela casa adormecida
Um sorriso matreiro
ilumina a carinha risonha do menino
Caminha devagar na pressa de encontrar
o pai Natal distraído, de sacola às costas.
Inocência de menino feliz.

O homem das barbas brancas
trará o carro vermelho do Nody
e a gasolineira amarela
Vai trazer também aquele Lego
que estava na montra e o menino pediu
O homem de vermelho sabe os desejos
E vai realizá-los.

Os pezinhos caminham já frios
na esperança do sonho imaginado
Mas o homem da sacola já partiu
ou será que ainda não chegou?!
A árvore de Natal continua sozinha
até as luzes estão apagadas
O menino triste chora
Os passinhos de regresso ao quarto
são lentos.
Inocência de menino infeliz.

Maria Antonieta Oliveira
15-10-2014






Mesa de Natal




A toalha vermelha, bordada com folhas de azevinho
cai sobriamente na mesa da sala
Os pratos debruados a dourado
estão postos a rigor, defronte das cadeiras forradas a cetim
Os talheres harmonizam-se nos devidos lugares
Também os copos se alinham um a um
Tudo está pronto

Na mesa de apoio, os olhares rejubilam
As azevias, o arroz doce, as filhoses, a trouxa-de-ovos
O bolo-rei também não pode faltar
E os bombons e os bonecos de chocolate lá estão.
Muitos doces e gelatinas, para adoçar as bocas.

Ao lado, a mesa dos vinhos
Os tintos e os brancos do Alentejo
O champanhe e os licores
Os sumos naturais, para a criançada
Até o jarro de água está presente
Nada falta, tudo a rigor.

A travessa com o peru é posta no centro da mesa
Outra, tem o arroz dourado no forno
E mais uma com batata assada, em cubos
A taça de vidro, está colorida com uma salada de legumes
O pão partido em fatias, num cesto de linho bordado.

Cada um se senta no lugar do costume
já o sabem de cor, é sempre o mesmo
Todos os natais são iguais,
a família se reúne em cada ano
é mais um dia de Natal.

Maria Antonieta Oliveira
15-10-2014






O Calor da Amizade






Há olhares que se cruzam
Nos dizeres do sentimento
Há abraços que se dão
Nos sentires da amizade
Há palavras sem dizeres
Na magia de um sorriso

Há momentos
Tão só momentos
Em que os corações se abrem
Dizem do sofrimento
Soltam o triste lamento
De palavras magoadas
Sofridas dilatadas
Nas artérias percorridas
Do sangue, da lágrima
Da vida louca vivida

Nos olhares
Nos abraços
No calor da amizade
Encontro rumo para continuar

Vós, amizades
Sois a minha força
A força que me dá fé
Esperança e vontade
Vós sois
O carinho da amizade.

Maria Antonieta Oliveira
21-12-2014

Um Santo e feliz Natal

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Amizade





Amizade não se procura, encontra-se

Caminhando na areia escondida
Entre passadas no tempo
Surgem miragens na vida
Imagens de gentes
Caminhando ao nosso lado
Lado a lado
Passo a passo
O mesmo caminho

O tempo percorre apressado
Levando o nosso tempo
O tempo da vida correndo
E nós correndo no tempo
O tempo… esvai-se

Embora a caminhada se perca da gente
E a gente se perca no caminho percorrido
O caminho nos cruza na esquina da vida
Um sorriso, um olá, um bom dia
E, voltamos a caminhar no mesmo trilho
Lado a lado
Passo a passo
O mesmo destino

Porque,
A amizade não se procura, encontra-se!


Maria Antonieta Oliveira
07-11-2014


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Língua Sinuosa




Língua sinuosa entre corpos sedentos
Húmidos de cansaço
Na languidez de um sonho
Vencido no momento apetecido

Na nudez de um quarto de hotel
Dois corpos desnudos se amam
Na cama fria
Aquecida no amor desfrutado
Rebolam amantes sequiosos

Dedos carentes penetram poros suados
Deslizam, acarinham, suavizam
Amam-se uns aos outros
Nos mimos partilhados doados
Eternizados nos minutos de paixão

E,
Entre corpos sedentos
A língua sinuosa se entrelaça
Na languidez de um sonho.

Maria Antonieta Oliveira
23-10-2014

domingo, 12 de outubro de 2014

Hino Ao Amor





Veste meu corpo com o teu
e, chama-me tua
Sussurra-me ao ouvido
o meu nome de mulher
Ama-me nua

Deixa-me ser eu
nos momentos em que nada passa entre nós
em que nossos corpos unidos
gemem os mesmos gemidos
Geme comigo, amor

Gritos e ais lascivos
Suco adocicando os lábios
escorrega nas bocas sedentas
nos corpos suados de prazer
De amar e amar e amar

Nus deslizamos entre lençóis
Envergonhados e tímidos soltam-se
e nós, soltamos o nosso amor
naquele quarto, naquele leito
onde nos fundimos num só ser
o ser que ama demais.

Maria Antonieta Oliveira
12-10-2014





terça-feira, 7 de outubro de 2014

Quando Eu For Homem



Ah!
Quando eu for homem
Levar-te-ei a todos os lugares
Realizarei todos os teus sonhos
Mesmo aqueles que não sonhares
Que eu sonharei por ti

Ah!
Quando eu for homem
Levar-te-ei a todos os bares
Às tertúlias dos poetas
Onde lerás os teus poemas
E serás a rainha da noite

Ah!
Quando eu for homem
Serás por mim adornada
Com flores enriquecidas
Por todos os bens da vida

Ah!
Quando eu for homem
Serás a mulher mais amada
De todas as mulheres do mundo

Ah!
Quando eu for homem
Serás poeta, qual Florbela
De rua, de praça ou lugar
Gritarás tuas palavras
Ao sol, ao céu, à lua
Todos te ouvirão
E contigo cantarão
Lindas melodias de amor

Ah!
Quando eu for homem
Serás a mulher mais feliz
Que os dias de noivar
Serei teu homem-amante
E tu,
Minha noiva no altar

Ah!
Quando eu for homem
Tu serás minha mulher
E num berço de liberdade
Desfrutarás a tua realidade.

Maria Antonieta Oliveira
07-10-2014

São Loucos os Dias




São loucos os dias em que estás comigo
na nossa alcova de amor
Lençóis de linho bordados
perfumados ao sabor de uma rosa
O som disfarçado de pudor
entra pela fresta da janela

O sol brilha no olhar escondido da lua

Uns laivos de ternura
encaminham as mãos sequiosas
na pele sedosa dos corpos famintos
Sorrisos esboçados nos lábios
debruados de desejos proibidos

O calor embriaga a nudez do sonho

Peças de roupa caídas no chão
Corpos desnudados embriagados de prazer
adormecidos no afago de um sonho
cingidos no abraço de Morfeu
repousam na alcova do amor.

São loucos os dias em que estás comigo!

Maria Antonieta Oliveira
07-10-2014





segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Preciso de Silêncio




Preciso de silêncio

O silêncio dos nossos beijos sussurrados
Nos orgasmos do momento em amor

Preciso de silêncio

O silêncio dos teus olhos parados nos meus
Na cama do amor deitados

Preciso de silêncio

O silêncio dos nossos dedos entrelaçados
Dedilhando as vertebras do meu corpo

Preciso de silêncio

O silêncio do teu corpo percorrendo o meu
Na volúpia de um amor consentido

Preciso de silêncio

O silêncio do nosso amor
Na vontade do sentir perpetuado


Maria Antonieta Oliveira
29-09-2014


Caem as Folhas




Caem as folhas
Na revolta dos pássaros voltando

Lá longe
Onde as margens do céu se unem
Onde a terra acaba num mundo sem fim
Juntam-se flautas cantando um hino

A natureza perversa se esconde envergonhada
Os rios soltam as amarras voando
As aves retêm o canto no cimo das nuvens

Trovejam e chispam relâmpagos
Apagados por entre espinhaços
Lagos secam no meio do nada
Onde surge um místico luar
E a chuva goteja lágrimas de felicidade

Além
O tempo perde-se do tempo
O ontem é cada vez mais ontem
O amanhã cada vez mais amanhã
E o hoje
O hoje, perde-se no tempo

Caem as folhas
Na revolta dos pássaros voltando.

Maria Antonieta Oliveira
19-09-2014



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Espasmos de Outono




De novo só
no beiral da vida

Onde as gotas
se despem da folhagem de outono
e a beleza se perde
nos campos verdejantes

As andorinhas perdidas
entre vendavais da vida
fluem no ar agitado do tempo
pedindo guarida ao vento

Os pingos da chuva pesada
caem no solo endurecido
e, a calçada escorrega
na curva do caminho

As pétalas soltas ao luar
esvoaçam vencidas pela dor
e angustia saudosa da partida
da roseira ferida em flor

Pesam os ramos das árvores
no colo suave da noite
adormecida, vencida
pela tormenta da tempestade

Onde as gotas
se despem da folhagem de outono

E eu,
de novo só
no beiral da vida!

Maria Antonieta Oliveira
22-09-2014




Grito Incontido





Grito!
Grito mais alto que o próprio grito!

É o grito ensurdecido
No meu corpo parido
No meu corpo saudoso

É o grito que vem de ti
Do teu amor por mim
Daquele amor que perdi

Grito!
Grito e ninguém me ouve!

Meu grito sussurrado, no meu peito magoado
É apenas sentido no coração sofrido, torturado
Louco varrido, de um amor incontido

Grito!
Grito mais alto que o próprio grito!

Maria Antonieta Oliveira
22-09-2014



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Esqueço-me De Mim





Esqueço-me de mim!

Escondo-me num baú esquecido no sótão da avó
Não quero que me encontrem
E, numa redoma de vidro opaco
Perco-me do mundo
Perco-me no espaço
Perco-me de mim

Adormeço num sono profundo
Esquecida do mundo
Esquecida de mim

Sonho!

Sonho ser borboleta esvoaçando
De pétala em pétala pousando

Sonho ser cavalo alado
Cavalgando ao longo do prado

Sonho ser amada
Numa gruta em teus braços devorada

Sonho com a liberdade
Ser livre libertando a mente

Sonho com a felicidade!

Escondida no baú do sótão da avó
Não quero que me encontrem!


Maria Antonieta Oliveira
19-09-2014




Ser Feliz




Tua pele macia suaviza meu corpo

Olho no espaço e procuro teu rosto
Além, onde o mar se perde
busco a miragem do teu olhar
No céu rebusco o som do teu silêncio
Na nuvem que passa quero ver o teu sorriso
No luar quero desnudar-te
Abraçar teu corpo em mim
E ser feliz.

E ser feliz!

Maria Antonieta Oliveira
19-09-2014

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Prece À Lua




A lua insiste em aparecer além
por detrás do olhar do poeta
persiste na curva do céu

Porque me atormentas amor?

Vejo estrelas saltitantes
cadentes mirabolantes
nos olhos da lua

Quisera eu ser tua!

Ateimas em me fazer sonhar
no ondular da nuvem passante
no brilho de um véu

Amei-te sem saber!

Lua além perdida
esquecida na vida dos amantes
de olhar penetrante.

Sonhei viver num castelo!

Parte lua
deixa-me esquecer-te
lua mentirosa

Pétala de rosa!

E a lua partida
no céu se ofendeu
o luar esmoreceu.

O amor feneceu!

Maria Antonieta Oliveira
18-09-2014

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Chove Lá Fora




Chove lá fora
Sinto as lágrimas salgadas
corridas no meu rosto
sentidas no meu coração

Chove lá fora
Ouço o som da tua voz
sussurrando ao meu ouvido
que me amas e adoras

Chove lá fora
Sorrio ao saborear minha dor
no desânimo de te ver partir
De novo, vais partir

Chove lá fora
Também meu coração chora
por ti, pela tua ausência de mim
pelo teu amor que perdi

Chove lá fora
E eu,
choro por ti.

Maria Antonieta Oliveira
16-09-2014

sábado, 13 de setembro de 2014

Palavras Paridas





Cortaram-me as palavras
no momento em que me despi de ti

Saí de um corpo nefasto
farto de sofrer
de sentir e de viver

Sem palavras, continuei caminhando
Despida de sentires e viveres
mas, continuei

Continuei parindo outras palavras
Onde mágicas luas se encontram
num céu desconhecido
Onde estrelas jogam rumores
E vivem flores de cristal
Onde as nuvens de algodão
dão as mãos às fadas benfazejas
E as gotas de orvalho se cruzam
nas esquinas perdidas da vida
nas calçadas esquecidas dos trilhos

Cortaram-me as palavras
Mas eu,
Pari palavras de amor!

Maria Antonieta Oliveira
12-09-2014


Férias Com Os Meus Avós



Ir de férias com os meus avós
É coisa que muito gosto
E se tudo vos contar
Vão-se rir, aposto.

Acordo de madrugada
Estão eles a ressonar
Dou eu a alvorada
Toca já a acordar

Vira-se um
O outro também
E sorrindo para mim:
- Bom dia, meu bem

A avó que é beijoqueira
Dá-me logo mil beijinhos
O avô meu amigo também
Dá-me muitos abracinhos

Por cima de ambos me deito
Eles fazem-me festinhas
E assim vão acordando
Abrindo as pestaninhas

Já depois de levantados
E o xixizinho feito
Os banhinhos são tomados
Tudo feito a preceito

O avô põe a mesa
E o pequeno-almoço prepara
Eu ando de bicicleta
E a avó em tudo repara

Depois de beberem o café
Vamos de comboio p’ra praia
A avó na brincadeira
Mais parece uma catraia

- A água está fria, avó
Não quero praia, quero piscina
Está quita não me salpiques….
E faço a minha cara traquina

Mas com a brincadeira
Da minha avó Tieta
Dou comigo já molhado
E o frio era só treta

Nado, corro e mergulho
Salpico os meus avós
Parecemos todos miúdos
Sem distância entre nós

Regresso à casa andante
E agora toca a comer
Que eu quero ir à piscina
E a digestão tenho que fazer

De minuto a minuto
Eu pergunto à minha avó
Quanto tempo ainda falta
Quero ir já, tenham dó

Sempre alegre e brincalhona
Ela me vai respondendo
Até que chega a hora
E lá vou eu saltando e correndo

Coitado do meu avô
Que vai comigo sempre
Já cansado do trabalho
E quem sabe, até doente.

Sou miúdo, não penso nisso
Quero é ir mergulhar
Mas lá vem o nadador
De novo, comigo ralhar

Faço piruetas, cambalhotas
Dou braçadas, sei boiar
Pareço filho de peixe
Só na água gosto de estar

Começo a ficar com frio
E o avô diz: – vamos embora
Faço cara de zangado
Mas saio logo fora

A seguir vem o bem bom
Com o avô vou tomar banho
Rimo-nos muito os dois
Parecemos do mesmo tamanho

O avô é divertido
De paródia lhe chamo eu
Brincamos os dois na água
É um grande amigo meu

Mais umas voltinhas
Lá vou eu de bicicleta
O avô trata do jantar
E a avó estica a perneta

Pois é, a avó coitada
Nunca mais anda bem
Sempre, sempre a coxear
Com a grande dor que tem

Vontade tem ela de andar
E por isso se revolta
Às vezes depois do jantar
Ainda vamos dar uma volta

Regressamos ao hotel
De novo vamos dormir
Muitas estrelas no céu
Outro dia a sorrir.

Maria Antonieta Oliveira
07-09-2014



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Depresssão




Não me peças para sorrir
Porque hoje o dia esmoreceu

E eu,
Caminho na vida a vaguear
Sem rumo ou destino
Não sei o que quero
Ou o que sinto
Nem sei o que pressinto

Sei
Que caminho sem prazer de viver

Sorrio quando te vejo
Quando estás comigo e te beijo
Sorrio ao olhar de uma criança
Ao acordar com o som da tua voz
- bom dia avó
- bom dia avó
Repete-se no eco da menina
Sorrio!

Choro, imploro, quero
Quero que não voltes
Quero que me deixes
Para sempre!
Para sempre!

Quero ser feliz
Com tudo o que me rodeia
Quero ser eu de novo
Aquela que ri e é feliz.
Quero voltar a mim.
Quero sim!
Quero!

Odeio-me
Por ser como sou!
Queria amar-me de novo
Quero voltar a sorrir
Quero e vou conseguir!
Vou conseguir!

Preciso de sol, areia e mar
Preciso de meu corpo repousar
Minha mente libertar
Meu grito soltar

E de novo
Regressar a mim.

Maria Antonieta Oliveira
27-08-2014










segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Carlita




Sorria o sol numa bela manhã de Agosto
Verão quente, esse de um ano além

Era sábado, um dia maravilhoso
Noite sofrida mal dormida

Amanheceu nos sentires de outra vida
Na alegria dorida de parir

Um choro sentido
Um olhar indefinido

Uma lágrima caia no rosto feliz
De uma jovem mãe
Agradecida a Deus pela graça recebida
Uma menina gerada em si
No amor e pelo amor abençoada.


Maria Antonieta Oliveira
18-08-2014



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Viciada Em Ti





Tantos homens me amaram
Tantos!
Tantos homens me desejaram
Tantos!
Tantos homens quiseram sonhar em meu corpo
Tantos!
Tantos homens saborearam meus beijos
Tantos!


Eu,
Escolhi teu ser
Teu corpo
Teus beijos
Dei-te meus sonhos e desejos
Dei-te meu ser demente
Meu corpo, minha mente
Minha alma carente

E tu, o que fizeste de mim?!
Uma outra mulher viciada no amor
Viciada em ti!

Maria Antonieta Oliveira
11-08-2014


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Quero Adormecer




Quero adormecer e não consigo

Tudo se solta
Tudo grita
Tudo é revolta
Tudo é saudade
Tudo é solidão
Tudo é desânimo
Tudo é desconsolo

Quero adormecer e não consigo

Falta-me o carinho
Falta-me a ternura
Falta-me a meiguice
Falta-me as palavras que não dizes
Falta-me as festas que não fazes
Falta-me sentir amada
Falta-me sentir mulher

Quero adormecer e não consigo

A nascente, o sol já espreita
Do outro lado, a lua se esconde
Os sonhos ficaram perdidos
Na noite adormecida ao luar

E eu,
Quero adormecer e não consigo.


Maria Antonieta Oliveira
04-08-2013

Palavras Tristes




As palavras brilham quais estrelas no firmamento
Os enamorados soltam-se
As conversas fluem

- O que sou para ti neste momento?
- O que sempre foste!
- Se nada sou, nada fui!

No emaranhado do arvoredo
As letras escondem-se
Os sorrisos calam-se

As palavras esquecem sentimentos
A lua enaltece a vida
Na noite adormecida em ti.


Maria Antonieta Oliveira
04-08-2014





quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Tejo




O Tejo caminha a teus pés
No silêncio da bruma que passa
Espuma-se além entre rochedos
Medos

As gaivotas esvoaçam o céu azul
Os negros corvos inertes
Olham ao longe a outra margem
Miragem

Degraus que sobem e descem em águas
Lágrimas salgadas, cacilheiros, pessoas
Gentes, mundos, passantes
Amantes

Aqui e além
Debicam, saltitam, mergulham
Salpicos salgados molhados
Arrasados

No silêncio da bruma que passa
O Tejo caminha a teus pés.


Maria Antonieta Oliveira
23-07-2014






A Outra





Hoje não sou eu,
Sou a outra que habita em mim

Não sinto a tristeza do passado
Nem a alegria do presente
Não tenho saudades tuas
Nem me lembro que existes

Esqueci os meus tormentos
Nem lembro os meus lamentos
Esqueci os dias de felicidade
Nem sequer sei minha idade

Sou a outra
A que não tem coração
A que vive sem ilusão
A que ama sem amar
A outra!

A outra que habita em mim!


Maria Antonieta Oliveira
23-07-2014




quarta-feira, 16 de julho de 2014

Recordação De Uma Trade




Recordo com saudade aquela tarde

Tu e eu, o mar e a magia

De mãos dadas, saboreávamos o dia
O mar, ondulava na areia crispada
O sol queimava, o amor pairava
Nosso olhar encontrava-se
Nas palavras por dizer
Nossa boca sussurrava
Os beijos sufocados no desejo
As mãos trémulas de prazer
Permaneciam unidas
No entrelaço do sangue a ferver
Nossos corpos esgotados no tempo
Rejubilam de volúpia e felicidade

A tarde passa no desvanecer do sol
Os beijos não dados e as palavras por dizer
Ficam na memória por esquecer

Tu e eu, afastamos-nos
Num abraço apertado
O amor foi partilhado

Hoje,
Recordo com saudade aquela tarde.


Maria Antonieta Oliveira
15-07-2014


No Silêncio Das Pedras





No silêncio das pedras caladas
Ouço os teus passos
O som da tua bengala
Caminhas para mim
Teus braços abertos
Teu sorriso de menino
Teu carinho incompreendido

Corro ao teu encontro
Abraço teu corpo sem vida
Beijo tua face trigueira
E sorrio.
Sorrio feliz poe te ter comigo
Olho os teus olhos verdes
Olhamo-nos de frente
E compreendemo-nos

Perco-me no silêncio das pedras caladas

Quero ouvir de novo os teus passos
O som da tua bengala
Beijar tua face trigueira
Olhar teus olhos verdes
E nada encontro.

Fico!
Fico sozinha
No silêncio das pedras caladas.


Maria Antonieta Oliveira
14-07-2014


No Silêncio Que Me Persegue




Este silêncio que me persegue e atormenta

Entre risadas felizes
gargalhadas e saltos
mergulhados de prazer
Brincadeiras de petizes
Sonoros trinados
Príncipes encantados
Num calmo entardecer.

E eu,
Continuo sozinha
Neste silêncio que me persegue e atormenta.

Maria Antonieta Oliveira
14-07-2014


No Silêncio do Sol




Acordo no silêncio do sol

Esse silêncio que me acompanha
Que faz parte dos meus dias
Que me atormenta o ser.

Esse silêncio traiçoeiro
Que entristece meu coração
Que exalta à solidão
Que me atormenta o ser.

Acordo e adormeço
Na noite do dia perdido
Vivo a vida sem viver
No espaço do tempo que tenho.

E,
Acordo no silêncio do sol.


Maria Antonieta Oliveira
14-07-2014

No Silêncio da Sombra





No silêncio da sombra adormecida
Teu corpo perece inerte

Teus olhos tristes perscrutam o medo
Teu ser procura o ser que o complete
Tua alma vegeta perdida
da vida, na vida que passa
Teu coração partido inala o sangue
que entre veias circula.

Teu corpo inerte perece
No silêncio da sombra adormecida.

Maria Antonieta Oliveira
14-07-2014

domingo, 13 de julho de 2014

Manhã dos Ventos





Espuma-se a lânguida manhã dos ventos
Refugia-se aqui além no espaço
Escondida entre as brumas das marés

Elevam-se sons estridentes frenéticos
Rugem as árvores despidas
As folhas caídas retidas pelo chão

Esvai-se o sol no céu lunar
A noite adentra-se no amanhecer
A vida perene no entardecer

E ontem? E hoje? E amanhã?
O tempo urge no tempo de viver!


Maria Antonieta Oliveira
13-07-2014

Cristais




Chispam cristais do céu do teu olhar

Sonhas!

Sonhas com o ser que criaste
E não amaste
Sonhas com o homem amor
Criador da tua paixão
Animador de teu coração

Sonhas!

Sonhas com a vida exigida
Pelo ser que és
Sonhas com a saudade parida
Na vida perdida

Sonhas!

Sonhas com o amanhã imaginado
No caminho já traçado
Sonhas com o amor eterno
De um quente frio de inverno.


Sonhas!

E nesse sonhar
Chispam cristais do céu do teu olhar!


Maria Antonieta Oliveira
13-07-2014

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Bailado







Ouço Chopin!

Numa valsa de Schubert
Entrelaço o olhar num passo de dança

Ao som de Mozart
Rodopio nos teus braços, amor
Elevas-me ao céu
Repouso deitada no chão
Ao meu redor
Saltitam anjinhos do Lago dos Cisnes

Ao longe
Os sinos tocam uma Avé Maria

Recolhes meu corpo num abraço profundo
Qual Isadora Duncan
Em bicos de pés regresso ao mundo.

Olhos nos olhos na pista de dança
Entrelaçamos olhares
Fluindo ao som de um tango.

Um bolero de Ravel ecoa!

Maria Antonieta Oliveira
20-06-2014

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vem Ao Meu Encontro





Sigo o caminho que me ensinaste
Aquele onde me encontraste perdida
Sem carinho nem afago
Sem rumo ou destino

Esquecida da vida
Permaneci junto ao mar
Na rocha escalada a pulso
Degradada pelo bater das ondas
Onde me sentia junto ao céu

No horizonte passava o navio
Que te levou de mim para sempre
No mar ficaram tuas cinzas
Também elas perdidas
No marulhar das águas
As flores que te deixei
Continuam à tona beijando as gaivotas

Eu, continuo olhando o infinito
Na espera de te ver chegar

Sonho!
Sonho com a tua imagem
Surgindo das águas
Qual sereia encantada
Ou ninfa naufragada
Sonho!

Vem ao meu encontro, amor!

Maria Antonieta Oliveira
19-06-2014

terça-feira, 17 de junho de 2014

Bebé




Era Junho
O calor esquentava, no tórrido Alentejo
O pai na venda, depois de um dia de trabalho
A mãe cansada, ansiava o momento

De repente, os gemidos molhados
O pai chamado à pressa
A mãe sofria, gritava, suava
A aparadeira sempre pronta, ajudava
Uma cabecinha surgia
O resto do corpo saia
A menina chorava
A mãe exausta, estafada
Sorria de felicidade
O pai se alegrava

A menina parida
Nascia para a vida.

Maria Antonieta Oliveira
17-06-2014

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Penso-te Ò Rio



Chilreiam os pássaros ao meu redor
As folhas das árvores balouçam suavemente
O sol caminha ao longe
Os carros passam
As pessoas caminham
A cadela adormecida acalorada
olha-me com meiguice no olhar
No jardim, além
avós e netos, brincam unidos

Lá longe,
penso-te ò rio que banhas
as margens do meu ser
Caminho ondulado
onde me perco, me encontro
me sinto e me revejo

Areia escaldante
Que me queima e abrasa
Que me consola e afaga
Que me beija e sacia
o corpo carente de ti.

Penso-te, no azul céu prateado
caminhando lado a lado
na corrente que nos leva e traz
no aconchego da vida por viver.

Penso-te ò rio, lá longe!

Maria Antonieta Oliveira
12-06-2014

segunda-feira, 2 de junho de 2014

O Tempo Não Para





Os ponteiros do relógio rodopiam velozes
As horas apressadas caminham
O tempo não para

Felicitações, abraços e beijos
Alguém nasceu
O tempo não para

Bebidas, noitadas, paródias
A juventude passou
O tempo não para

Pétalas, arroz esvoaçando
Caminhos que se unem no altar
O tempo não para

Filhos, creches, escolas
Trabalho mais trabalho corridas
O tempo não para

Netos risonhos felizes
Avós já sem pressa, mas,
O tempo não para

Tocam os sinos a rebate
Alguém morreu
O tempo não para.

A vida foge na pressa de viver!
E, o tempo não para!


Maria Antonieta Oliveira
02-06-2014





Sons Coloridos





O sol brilha no laço do teu cabelo
O pipilar ecoa no espaço
Teu manto esvoaça

O azul do céu caminha no tempo
A água límpida esverdeada
Corre da bica abandonada

O carro vermelho passa veloz
Chiam, guincham os travões
Acendem-se os lampiões

O verde da floresta frondosa
As rãs coaxam no lago
As ortigas crescem no mato

Miam, ladram, cacarejam
Rosas, lilases, amarelos
Trinam os sinos mais belos

Confundem-se os sons humanos
Com as cores da natureza
Tudo em sintonia e beleza.


Maria Antonieta Oliveira
02-06-2014




sábado, 31 de maio de 2014

Tanto Tempo




Corre-me teu sangue nas veias
Sinto-o fervilhar em mim
Sofro como sofreste
Sinto como sentiste
E assim, dou valor ao teu viver.

Não tenho a tua garra,
A tua força em vencer
Mas amo como tu amaste
A família que tenho
E vem de ti também.
Sangue do teu sangue
Amor do teu amor

A seriedade e hombridade
Ficou-nos por testamento
O amor e a saudade
A tristeza e o lamento.

Queria-te aqui, agora, Mãe!

Maria Antonieta Oliveira
31-05-2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

Três Gerações






Já o galo cantou
E o cuco se calou

O jumento caminha lento
nos sulcos de terra seca
ao lado, o menino traquina
que acompanha seu pai.

Na pequena carroça
o avô já cansado, sentado
caminha no passo lento do jumento,
a seu lado o cajado já velho e gasto
percorre os sulcos da terra seca
nos ressaltos das ferraduras
dos rodados já usados da carroça

O miúdo tagarela
ao som dos pássaros que os acompanham
O pai caminha pensando
no hoje que será amanhã
O avô masca o cigarro de ontem
E o jumento caminha lento.

Já o galo se calou
E o cuco cuculou.

Maria Antonieta Oliveira
20-05-2014

Amanhã Será O Dia





Amanhã já é tarde
para acordares cedo

Hoje é o dia certo
para na certeza de seres
esqueceres o ontem tardio
engalanado mas bravio
que te fez sofrer.

Acorda, renasce
procura na vida a harmonia
a felicidade e o amor
a paz e a alegria
o carinho e a compreensão
a Fé em teu coração.

E então.
Amanhã será o dia
para acordares em sintonia.

Maria Antonieta Oliveira
20-05-2014

É Tarde







É tarde,
A noite cerrou o sol na linha do horizonte

Lá fora,
As gentes recolhem pedaços de vida
Calam bocas fechadas ao ser
Janelas trancadas no tempo
Quais gaiolas balouçando ao vento
As luzes apagam-se por magia
A chama da vela que arde
Soprada na lareira onde se queima o tojo
Assombra as paredes vazias da casa nua.
As portas encerraram a vida

O crepitar da lenha ecoa no espaço
A lamparina de azeite se apagou
O corpo inerte do retrato na parede do fundo, se finou.

A lua criou o seu espaço
No espaço roubado ao sol.

É tarde,
A noite cerrou o sol na linha do horizonte.

Maria Antonieta Oliveira
20-05-2014

Chovem Lirios Do Céu





Chovem lírios do céu
As pétalas das rosas vermelhas
Soltam-se na cama perfumada
A teus pés, as açucenas nascem
Coloridos verdejantes salpicados

Ténues gritantes alastram
Cravos de mil flores
Espinhos da vida que passa
Rios ribeiras amores
Fontes penedos riachos
Água cristalina que brota
Entre pedras caladas no tempo
Lagos nenúfares e patos
Lagoas rochedos e mato.

Perfume suave aroma
Gladíolos erguem-se ao céu
Hortências azuis lilás
Papoilas cortejando alegria
Entre girassóis galantes
Orquídeas abrindo flor
Malvas jarros jasmim
Perfuma suave aroma
Brotando em pérolas
Por entre as pedras do jardim.

Magia do arco-íris florido
Alimenta o ser distraído
E numa noite de breu
Chovem lirios do céu!

Maria Antonieta Oliveira
20-05-2014

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Parto de Mim




Estou impaciente
Demente
Carente

Estou só
Nostálgica
Apática

Triste
Sem vida
Sem saída

Nervosa
Medrosa
Ansiosa

Choro
Imploro
Sem nexo

Quero
Desespero
Angustio

Lentamente
Caminho
Para o fim

Parto
De mim


Maria Antonieta Oliveira
14-05-2014

terça-feira, 13 de maio de 2014

Mariazinha





Para lá do além onde me reencontro
Procuro a menina ingénua e pura
Trigueira de olhos grandes esverdeados
Teimosa, tímida, nervosa
Metida consigo, medrosa
Solitária na companhia de entes
Gentes grandes, adultas, crescidas
Gentes de outras paragens, vividas
Marcadas, sofridas, nostálgicas, perdidas

No meio do nada infantil
Entre afectos recebidos sentidos
Perdida na trama da solidão
Acompanhada na vida da ilusão
Refugiada em si mesma
Na vergonha da pouca fartura

E não a encontro!?
Sim, encontro!!

Um ser sofredor
Castigado pelo passado constrangido
Num viver pelo pensar de outros
Num desabrochar furtivo
Envergonhado e cativo
Numa solidão acompanhada
Numa avidez desesperada
De ser
De existir
De pensar e viver por si só
Na vontade do seu próprio EU.


Maria Antonieta Oliveira
13-05-2014





domingo, 4 de maio de 2014

Lançamento 1ª Antologia Amantes da Poesia 3 de Maio de 2014

Saudades Mãe







Tenho saudades
De ver teus olhos sorrir
Da mão que me acarinhava o dormir

Tenho saudades
Dos teus beijos carinhosos
Dos teus olhos radiosos

Tenho saudades
Das palavras que não dissemos
Dos carinhos que não demos
Tenho saudades

Tenho saudades

De novo te olhar
De te poder beijar
De dizer que te amo
De te sentir num abraço
E dele,
Fazer a eternidade que te levou de mim.

Tenho saudades, mãe!

Maria Antonieta Oliveira
04-05-2014




sexta-feira, 2 de maio de 2014

"Sinto-te a Fugir Por Entre os Dedos do Silêncio"


“ sinto-te a fugir, por entre os dedos do silêncio”


Esta é uma frase minha, que dou comigo a aplica-la nas mais diversas situações.

Hoje, mais uma vez dou comigo a pensar que – sinto-te a fugir por entre os dedos do silêncio. Foges-me tu, mais tu, e mais, tu. Tantas que fogem sem que me aperceba do porquê.

Penso!
Há pessoas que veem os outros nos seus próprios espelhos, e erram. Nem todos somos iguais. Nem sempre reagimos de igual modo, em momentos diferentes, ou iguais. Os espelhos só nos mostram o que neles queremos ver.

É pena!
Menti-te, desculpei-me. Isso não significa que ao ver-te no meu espelho, também estejas a mentir-me ou a desculpares-te.

Errei!
Errei nos caminhos que trilhei, porque ei-de encontrar o teu reflexo no meu espelho, se tu segues o caminho perfeito.

Ilusão!
Cada um de nós tem o seu próprio espelho que reflecte a nossa vivência, os nossos erros, as nossas qualidades, o dia-a-dia que escolhemos.
Nenhum espelho reflecte a vida de outro, só o seu próprio espelho a pode reflectir.
Nem o teu, reflecte sempre a tua, pois muitas vezes até o espelho se embacia.

Reflexão!

Porque me fogem por entre os dedos do silêncio?

Maria Antonieta Oliveira
02-05-2014