Sou
paz
Sou
luz
Sou
sonho
Tenho
sono…
Sou
flor
Sou
amor
Sou
terra
Sem
guerra!
Sou
humana
Sou
gente
Sou
mulher
Carente
vivida!
Sou
paz!
Sou
luz!
Maria
Antonieta Oliveira
31-03-2021
O sonho é livre... é deixar voar o pensamento... é acreditar no inacreditável... é atingir o inatingível... Amar... Sofrer... Beijar... Doer...
Sou
paz
Sou
luz
Sou
sonho
Tenho
sono…
Sou
flor
Sou
amor
Sou
terra
Sem
guerra!
Sou
humana
Sou
gente
Sou
mulher
Carente
vivida!
Sou
paz!
Sou
luz!
Maria
Antonieta Oliveira
31-03-2021
Nascida
na rua do vento
Soprada
à lua cheia
Parida
no quente da noite
Violeta
esquecida
Flor
renascida
Tombada
no chão, caída
Salva
pela emoção
Ao
som daquela canção
Cantada
pelo mar além
Na
fraga da sereia sorrindo
E
ela de novo surgindo
Na
bênção do sol nascente.
Maria
Antonieta Oliveira
31-03-2021
Escorrem-me
nos dedos
Fluxos
de lasciva
Sentimento
agridoce
Momento
de perda
Ou,
talvez não
Nada
caído no chão
Tudo
retido no devido lugar
É
a minha salvação
Clara
e gema separadas
As
mãos já lavadas
Resta-me
esperar
Para
um belo bolo saborear.
Maria
Antonieta Oliveira
30-03-2021
Cantei-te
um fado à capela
A
guitarra chorava baixinho:
Destino…
destino… destino…
O
fado por mim cantado
Não
era fado corrido
Era
fado sofrido, magoado
Era
o fado da nossa vida
À
capela cantei-te um fado
Baixinho
a guitarra chorava:
Destino…destino…destino…
Maria
Antonieta Oliveira
28-03-2021
Um
livro é um objecto sagrado
Tem
que ser cuidado, estimado, preservado
Nem
riscado nem maltratado
Um
livro esquecido abandonado
Pode
ser lido e usado com amor
Por
alguém que o saiba amar
Que
lhe saiba dar valor
Que
gosto dá o desfolhar de um livro
O
cheiro a tinta e a papel
O
virar uma a uma as páginas de uma vida
Seja
ela real ou imaginada
Seja
humana ou inventada.
Ler
deverá ser um prazer
Porque,
O
livro é um objecto sagrado.
A
Bíblia é um livro
E,
é sagrado.
Maria
Antonieta Oliveira
26-03-2021
Não
sou santa, sou humana
Sou
mulher impaciente
Desejo-te
na minha cama
Hoje,
amanhã e sempre
Quero
sentir o teu corpo no meu
Despidos
de pudores deslizando
Dedos
de mãos transpiradas, ansiosas
Imaculadamente
molhadas
Na
mistura de orgasmos partilhados
Desejados,
consentidos, almejados
Na
volúpia de sentir.
Não
sou santa, sou humana
Quero
o teu corpo nu
Relaxado,
deitado, saciado
Na
minha cama.
Maria
Antonieta Oliveira
26-03-2021
Na
travessa do cupido
Encontrei
uma flor
Sentada
na berma do caminho
Olhei-a,
olhou-me e sorriu
Presa
de emoção
Sentei-me
com ela no chão
Inalei
o seu perfume, intensamente
Com
medo que o vento o levasse
Para
perto de outra gente
Conversámos,
caladas
Caminhámos,
paradas
Sonhámos,
acordadas
E
o tempo passou
Na
travessa do cupido
A
minha flor encantada
Murchou…
E
o cupido sem amor
Findou!
Maria
Antonieta Oliveira
26-03-2021
Enxugo
as lágrimas já secas pelo cansaço
A
viagem foi longa, o caminho tenebroso
As
roupas rasgadas num corpo franzino
Revelam
a trajectória percorrida
O
suor escorrido no rosto denegrido
Velho
e enrugado, cansado
Na
tristeza de uma vida sem lar
Demonstram
a realidade vivida
De
uma vida por viver
Enxugo-te
as lágrimas
Com
a macieza da minha mão
Com
o amor e o carinho que te alenta
Para
amanhã ao acordares
Vejas
o sol brilhando no postigo do teu quarto.
Enxugo-te
as lágrimas
Sorrio
E
parto!
Maria
Antonieta Oliveira
21-03-2021
Parte inferior do formulário
Quando
a primavera chegar
Vou
à praia passear
Descalça
pelo rio, caminharei
Irei
sem rumo em busca de mim
Perdi-me
ontem, no inverno tempestuoso
Em
que o frio enregelou as pedras soltas
Presas
nos fios brancos dos meus cabelos
Soltos
ao vento como as pedras do meu caminho
Mas,
quando a primavera chegar
E
o sol aquecer o meu triste coração
Saltarei
descalça e nua
De
pedra em pedra
Até
te encontrar no mar calmo e sereno
Onde
um dia nos perdemos de felicidade.
Vem
primavera, quero ser feliz!
Maria
Antonieta Oliveira
21-03-2021
Se
eu fosse uma flor
Soltaria
uma pétala
Pediria
ao vento que a levasse
Ou
pediria a uma abelha
Para
nela pousar
E
o meu pólen levar até ti.
Se
eu fosse uma flor
Adornaria
o teu jardim
Com
as cores belas do amor
Mas
eu sei, sei que sim
Que
para ti, eu sou essa flor
A
tua flor, o teu eterno amor.
Maria
Antonieta Oliveira
21-03-2021
Boneca
bonita
Menina
ladina
Gaiata
pequena
Loura,
morena
Princesa,
rainha
Mulher
pequenina
Olhar
vivo e brilhante
Amor
constante.
És
a minha princesinha
A
minha querida Iquinha!
Adoro-te!
Avó
Tieta
Maria
Antonieta Oliveira
19-03-2021
Há
tanto escondido por detrás das minhas palavras
Apenas
eu e tu as sabemos interpretar
São
sonhos que sonhámos
São
momentos que passámos
Somos
nós em versos perdidos
Palavras
que dizem muito de nós
Que
ficarão para sempre gravadas
Nos
poemas que vou escrevendo
Neles,
ficará retido o nosso amor
Eternamente
gravado em linhas rectas
Escritas
em momentos de saudade.
Só
tu e eu, só nós!
Maria
Antonieta Oliveira
18-03-2021
De
garganta afinada saí para a rua cantando
O
xaile traçado encobria os meus ombros desnudos
De
coração partido o fado era o meu abrigo
De
copo na mão, rasgada de sofrimento
Deixei-me
ficar caída no chão, ao relento
Os
versos que outrora escreveras para mim
Já
não faziam sentido no meu cantar
Falavam
de amor, alegria e paixão
Agora
atraiçoada, vivia uma triste desilusão
Sozinha,
sem carinho, sem ti, sem o calor do teu amor
Restava-me
chorar um fado cantando à lua.
Maria
Antonieta Oliveira
11-03-2021
Olhei
a mesa desarrumada
Onde
pousara a caneca de barro vidrado
Que
outrora servira ao amor
No
lume a sopa fervilhava na panela de alumínio
Que
um dia por ti, me fora dada
Vesti
as calças pretas, que me ofertaste
Revirei
as pestanas
Segurei
a mala preta
Aquela
comprada na baixa
Na
loja que me indicaste
Olhei
o espelho de soslaio
Estava
perfeita para ir
À
procura do ontem passado
Onde
tu e eu ficámos parados
Num
dia perdido, por viver.
Arrumada
e aprumada
Pronta
para ir, saí
Para
ir ao encontro do amor.
Maria
Antonieta Oliveira
11-03-2021
Apetecia-me
dormir contigo, meu amor
Apenas
dormir
Abraçada
no teu abraço
Enroscada
em ti e tu em mim
Sonhando
juntos o mesmo sonho
Com
a lua brilhando num céu estrelado
Eu
e tu, no mesmo lado
Aqui
ou aí, tanto fazia
Dormir
contigo, amor
É
tudo o que eu queria.
Vem,
vem de mansinho
Aguardo-te
no meu cantinho.
Maria
Antonieta Oliveira
11-03-2021
Saí
por aí em busca do sonho
Caminhei
sem tempo
O
tempo imaculado passou
Sem
me ajudar neste caminhar
Trepei
montes, desci vales
Derrubei
muros, desviei pedras
Bebi
água dos riachos esquecidos
Os
frutos caídos, foram por mim comidos
E
o tempo incomensurável, passou
Eu,
fiz-me velha sem jeito
Meu
coração continua batendo
No
meu peito já cansado.
O
sonho, esse continua sendo
Apenas
um sonho.
Maria
Antonieta Oliveira
10-03-2021
Voltarei
a ser quem era?
Voltarei
a ser o que fui?
Voltará
o tempo a ser o que foi?
Voltará
o mundo a fluir como antes?
Voltarei
a sentir a tua boca na minha?
Voltarei
a ter os teus beijos nos meus lábios?
Voltarei
a sentir a tua língua dançando na minha boca ávida?
Voltaremos
a estar unidos num abraço?
Voltaremos
a ser um só, como antes?
Será
que o amanhã voltará?
Maria
Antonieta Oliveira
02-03-2021