quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Coça da Vida




COÇA DA VIDA


Teu casaco coçado
atirado p'la janela,
caído no chão molhado,
tristemente por ti desprezado.
Quantas vezes aqueceu teu corpo,
no desespero do frio da alma.
Coçado pelo tempo
No tempo que corre
Do tempo da vida.
Raiva sentida,
derramada nesse casaco coçado.
Triste seu fado
Triste teu estado
Na resignação da revolta,
lembrança da coça levada,
correste na ânsia
de ainda encontrares
o casaco coçado,
e nele agasalhares
teu corpo gelado,
da coça da vida!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Olha-me





O brilho dos teus olhos
labaredas crepitam
no fogo do amor,
lareira ardente,
da lenha a dor...
Olha-me!
Com esses olhos quentes
aquece o meu coração,
gélido de calor.
Agasalha meus sonhos,
na lareira que feneceu.
Não me deixes ficar
em hipotermia permanente...
Com o brilho do teu olhar,
aquece meu ser carente.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Noite de Paz

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Na integridade do ser
me vou desintegrando,
No sentir da mente,
tudo vai fluir
levado p'lo vento
nas ondas do mar revolto.
Na escuridão da noite,
me vou sentindo.
Quero a luz.
A luz do dia que fugiu
quando tu de mim, foste partindo.
Quero dormir sem dor
Esquecer tudo
Parar o pensamento e o tempo
Adormecer tranquila
Na calmaria da noite de paz.

domingo, 7 de novembro de 2010

Querer

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Ouço-te no cantar da primavera
no chilrear de uma ave.
Vejo-te no entardecer oculto
da nuvem que passa.
Sinto-te na cacimba matinal
da frieza da noite.
Quero-te no sol resplandecente
do amanhecer estival.
Neste
ouvir, ver, sentir e querer
Quero-te para além do amanhã.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Triste Flor

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Triste flor
nascida num pobre jardim,
sem flores,
sem amores,
Com terra estrumada
com o estrume da vida,
na estrumadeira derramada.
Triste flor
nascida para além Tejo,
sem água,
com mágoa,
com enfusas à cabeça,
sempre levadas na pressa,
na pressa da vida que passa.
Triste flor
gerada com amor,
na tristeza e na dor,
com sofrimento, mas amada,
no amor da vida criada,
para a vida da vida postada.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Afasta-te....

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Sai de mim,
afasta-te para bem longe,
do caminho que percorro.
Deixa fluir meu pensamento...
Permite-me voar nas asas do vento...
Deixa minhas pernas livres,
p'ra caminharem no sonho da lua...
Que o brilho do meu olhar,
permaneça no brilho das estrelas,
na penumbra do luar...
Que a minha mão direita,
jamais deixe de escrever,
para nela depositar,
o meu triste padecer...
Vai-te embora!
Quero minha mente liberta.
Quero minha escrita certa.
Não quero mais o desespero,
De viver e sentir o que não quero.