domingo, 29 de novembro de 2015

Apaixonada





Quero sentir-me apaixonada
Sentir borbulhas no estômago
Sonhar acordada
Desejar-te em segredo
Sentir paixão em meu coração
Quero amar-te como se nunca te tivesse amado

Quero sentir-me apaixonada
Como ontem
Sentir palpitações em emoções
Estremecer só de te pensar
Sentir o meu peito apertado
Por te ter sozinho a meu lado.

Ah, como me quero apaixonar!
Sentir meu corpo a suplicar
Os laivos da tua boca
A candura do teu corpo louco
A volúpia da nossa paixão
Em cama de rosas perfumadas

Ah como me quero apaixonar!
E de novo contigo sonhar
Neste nosso amor profundo
Em que ainda sinto pulsar
E meu estômago borbulhar
Esta nossa paixão sem fim.

Ah, como me quero apaixonar!
Ah, como é bom estar apaixonada!

Maria Antonieta Oliveira
29-11-2015


sábado, 28 de novembro de 2015

Reboliço da Alma





Veste-me as vestes do amor
Entra em mim como uma chama
Enfurecida na noite escura
Que trai e mente a ingratidão
A injustiça e a guerra
A terra onde caminhamos unidos
Na maldade nefasta das gentes
A raiva incontida, gemida
Grita bem dentro, de dentro de nós

Invade-me com palavras vãs
Ocas de sentimentos precisos
Deita-te na cama comigo
E jura-me falsidades infelizes
Contrapõe opiniões e divagações
Sai correndo p’ra rua em reboliço
Alarma o povo desprevenido
E ama quem te merecer amar
Voando nas asas de condor

Ave horrenda mesquinha
Urubu, abutre do mundo perdido
De um povo insano distorcido
De medos cóleras e degredos
Ódios ásperos ressentimentos
Caminhos de pedras soltas
De árduas montanhas paridas
Pelos ventos das manhãs agrestes
Nos invernos sinuosos da vida

Parte, aparta-te de mim, corre
Foge na longitude dos tempos
Capta imagens e sentires
De outros mundos e gentes duendes
Faz ouvir a tua voz bem fundo
Mostra-me teu rosto imundo
Revela-te a mim como és
Descalça resvalo meus pés
No doce caminho da paz.

Maria Antonieta Oliveira
28-11-2015



sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Pensamo-nos




Na mutação do tempo penso em ti
E tu, pensas em mim
Nesses ses que nos unem e nos separam
Vivemos separados e unidos
Em sentimentos igualados e profundos
Em sonhos por realizar

Os dias sucedem-se iguais
Acalentando esperanças de amanhã
Lembrando esperanças de ontem
Vivendo esperanças de hoje
E eu, penso em ti
E tu, pensas em mim

Pensamo-nos em sintonia
Sonhamos de noite e de dia
E o espaço insiste, insiste
A distância se alonga entre nós
Nas horas que passam sem nos termos
Nos momentos em que não vivemos.

Ah se os ses nos deixassem viver!

E eu, penso em ti
E tu, pensas em mim.

Maria Antonieta Oliveira
27-11-2015


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Confusão




Cobre o meu corpo de flores
Rega-o de beijos com mil cores
Ateia-o com o fogo da paixão
Faz de mim um jardim de felicidade
Um forno de carinho e amizade

Deposita em mim as falsas moralidades
Deixa-me viver nas águas do limbo
Oculta pelas algas salgadas na madrugada
Do amanhecer de um amanhã florido
Esquecido no dia triste

Nas cinzas brancas do meu corpo
Fétido, petrificado sem humanidade
Rios de amalgamas cheirosas
Perfume de rosas coloridas
Do jardim florido da paz e do amor

Entrega-me ao sol e ao mosto
Para purificar o meu corpo perdido
Deixa-me sentir que estou viva
Na beleza das flores com que me cobriste
Nesta imensa confusão que me assola.

Dá-me tempo para viver!

Maria Antonieta Oliveira
26-11-2015


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Amor de Verdade





Vem, repousa em mim o teu olhar
O teu corpo no meu aconchegar
E sorri!

Vem, agasalha-te no meu coração
Dá-me o calor da tua mão
E sorri!

Vem, beijar o meu corpo desnudo
Sentir meu agrado profundo
E sorri!

Vem, esconde-te dentro de mim
Dar-me um abraço sem fim
E sorri!

Vem, despe-te de preconceito
Deitarmo-nos no mesmo leito
E sorri!

Vem, ama-me como te amo
Teu doce amor, reclamo
E sorri!

Sorrimos de felicidade
Neste terno amor de verdade!

Maria Antonieta Oliveira
25-11-2015




A Sós Comigo




Procuro a solidão dentro de mim
Esta horrível solidão que não tem fim
Penso em ti na procura de companhia
Vejo-te no olhar onde me perco
Beijo-te nessa boca de desejo
Nem contigo em mim me sinto acompanhada

Regresso ao passado na nossa ambiguidade
Esse olhar que me deseja
Essa boca doce que me beija
Esse corpo que me acarinha e abraça
Nesses braços me enrosco e aninho
E meu ser continua sozinho

Ah solidão nefasta, parte, vai-te de mim
Deixa-me sentir que não estou só
Deixa-me viver feliz sem ti, contigo
Sempre contigo em mim, nós unidos
Ah solidão, enganas-te
Vou sentir-me sempre acompanhada

Ah solidão, como te enganas
Nunca mais estarei só, contigo
Pois tu estarás sempre a sós comigo.

Maria Antonieta Oliveira
25-11-2015



terça-feira, 24 de novembro de 2015

O Teu Abraço





Preciso de um abraço
Aquele teu abraço apertado
Em que nos entregamos sem destino
Em que nos doamos com carinho

Preciso de um abraço
Que me afague e acalente
Que me anime e faça feliz
Aquele abraço que eu sempre quis

Preciso de um abraço
Em que sinta os teus braços
E o teu coração junto ao meu
Prendendo-me num beijo teu

Preciso de um abraço
Que alegre o meu sentir
Que me ilumine o olhar
E faça o milagre de sorrir

Preciso de um abraço
Apenas e só o teu abraço
Aquele doce abraço
O teu, sempre teu abraço

Maria Antonieta Oliveira
23-11-2015



sábado, 21 de novembro de 2015

Outono





O outono desce nas folhas caídas
Nas ruas vestidas de várias cores
Ocres, castanhos de passos pisadas
Verdes sem cor, canteiro sem flor
Calçada molhada, neblina que cai
O sol envergonhado desvanece

Folhas secas, murchas, esquecidas
No chão enlameado p’la chuva
Passantes, gentes oprimidas, feridas
Enregeladas de amores inconstantes
Entrelaçam os passos na vida
De tantos outonos sofridos, magoados

Salpicos de neve, flocos de gelo
Orvalhos de saudade sentida
Recalcam sentires passados
O vento norte despedaça corações
Atirando as folhas caídas como setas
Qual cupido estilhaçando emoções

Esgueiro-me no sopé da montanha
Buscando o raio de sol aquecido
Debruço o olhar à nuvem maior
Redobram os sinos no lugar
As folhas revoltas ao tempo
Do vento que teima em passar.

Maria Antonieta Oliveira
21-11-2015



sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Porque Sim





Não me perguntes porquê
Dir-te-ei apenas - porque sim!

Porque gosto dos teus olhos?
Porque sim!
Porque gosto dos teus beijos?
Porque sim!
Porque gosto de sonhar?
Porque sim!
Porque gosto de te amar?
Porque sim!

Porque gosto de viver?
Porque sim!
Porque gosto de sorrir?
Porque sim!
Porque gosto do mar?
Porque sim!
Porque gosto do sol e do luar?
Porque sim!

Sim, não me perguntes porquê
Dir-te-ei apenas – porque sim!

Maria Antonieta Oliveira
20-11-2015




quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Doçura de Um Voo





Meu corpo cede ao desejo de voar
E voo no pensamento e na luz do teu olhar
Rumo a um destino incerto
Ao caminho perdido, num tempo já perto

Nas pedras soltas da estrada parada
Sobrevivo na minha angustia magoada
Olvido o sentir que me marterisa
E caminho na noite esquecida

Voo no tempo e no espaço
Ao encontro daquele nosso abraço
Ambíguo desejo, ambígua liberdade
É tudo o que anseio, a minha felicidade

Ingenuamente descalça de palavras
Partilho contigo as que ainda sei dizer
Palavras, apenas e só palavras
Água da fonte vertida a sofrer

Voo, voo no ápice de um relâmpago
Voo, nas asas das andorinhas felizes

Maria Antonieta Oliveira
19-11-2015







quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Loucuras





Meu corpo em delírio louco
Loucura de um desejo antecipado
Entrega-se ao ninho de amor amado
Numa doce harmonia entrelaçado

Meu corpo, desejo mantido
Em ti, em mim, em nós
Volúpia de ser indefeso, parido
Em parto de amor proibido

Meu corpo cansado doado
De insónia em insónia parado
Entrega-se ao sono do sono
Num desesperado abandono

Meu corpo louco de desejo
Abre-se num longo eterno beijo
Esse amor de doce loucura
É nosso mundo de ternura

Meu corpo ávido do teu
Embrenha-se num olhar o céu
Unimo-nos num só corpo
E amamo-nos num amor louco.

Maria Antonieta Oliveira
12-11-2015



Sonhos




As nuvens envolvem teu corpo de paz
Nua na lua desnudas-te ao sol
Que te bronzeia e aquece
Sem pudores entregas-te ao mundo
Que te olha e acalenta teus sonhos
Sonhas além do que podes
Num horizonte infindo
Onde anseias o amor profundo

A cama de lençóis de linho bordados
Te acolhe nesses sonhos dourados
Viras-te e a lua estremece
Deslumbrada com o teu corpo
O sol já brilha com a luz que emanas
As estrelas dissiparam-se envergonhadas
E as nuvens fugiram desesperadas

O sonho libertino continua
Entre lençóis de linho bordados!

Maria Antonieta Oliveira
12-11-2015



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Mentira





Já não sofro por te amar
Já não te amo
A doçura dos teus beijos
Amargam-me a boca
As tuas mãos macias
Arranham a minha pele
O teu cabelo onde perdi os meus dedos
Voou num tempo passado
E eu, esqueci caminhar a teu lado

Como minto
Eu que não sei mentir
Ainda te amo, sim
Sempre te amei de verdade
É esta a minha realidade
Os teus lábios doces me beijam
As tuas carícias me endoidecem
O teu cabelo acaricia meu corpo
Na loucura dum desejo realizado.

Tu, meu presente desejado.

Maria Antonieta Oliveira
11-11-2015