quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Língua Sinuosa




Língua sinuosa entre corpos sedentos
Húmidos de cansaço
Na languidez de um sonho
Vencido no momento apetecido

Na nudez de um quarto de hotel
Dois corpos desnudos se amam
Na cama fria
Aquecida no amor desfrutado
Rebolam amantes sequiosos

Dedos carentes penetram poros suados
Deslizam, acarinham, suavizam
Amam-se uns aos outros
Nos mimos partilhados doados
Eternizados nos minutos de paixão

E,
Entre corpos sedentos
A língua sinuosa se entrelaça
Na languidez de um sonho.

Maria Antonieta Oliveira
23-10-2014

domingo, 12 de outubro de 2014

Hino Ao Amor





Veste meu corpo com o teu
e, chama-me tua
Sussurra-me ao ouvido
o meu nome de mulher
Ama-me nua

Deixa-me ser eu
nos momentos em que nada passa entre nós
em que nossos corpos unidos
gemem os mesmos gemidos
Geme comigo, amor

Gritos e ais lascivos
Suco adocicando os lábios
escorrega nas bocas sedentas
nos corpos suados de prazer
De amar e amar e amar

Nus deslizamos entre lençóis
Envergonhados e tímidos soltam-se
e nós, soltamos o nosso amor
naquele quarto, naquele leito
onde nos fundimos num só ser
o ser que ama demais.

Maria Antonieta Oliveira
12-10-2014





terça-feira, 7 de outubro de 2014

Quando Eu For Homem



Ah!
Quando eu for homem
Levar-te-ei a todos os lugares
Realizarei todos os teus sonhos
Mesmo aqueles que não sonhares
Que eu sonharei por ti

Ah!
Quando eu for homem
Levar-te-ei a todos os bares
Às tertúlias dos poetas
Onde lerás os teus poemas
E serás a rainha da noite

Ah!
Quando eu for homem
Serás por mim adornada
Com flores enriquecidas
Por todos os bens da vida

Ah!
Quando eu for homem
Serás a mulher mais amada
De todas as mulheres do mundo

Ah!
Quando eu for homem
Serás poeta, qual Florbela
De rua, de praça ou lugar
Gritarás tuas palavras
Ao sol, ao céu, à lua
Todos te ouvirão
E contigo cantarão
Lindas melodias de amor

Ah!
Quando eu for homem
Serás a mulher mais feliz
Que os dias de noivar
Serei teu homem-amante
E tu,
Minha noiva no altar

Ah!
Quando eu for homem
Tu serás minha mulher
E num berço de liberdade
Desfrutarás a tua realidade.

Maria Antonieta Oliveira
07-10-2014

São Loucos os Dias




São loucos os dias em que estás comigo
na nossa alcova de amor
Lençóis de linho bordados
perfumados ao sabor de uma rosa
O som disfarçado de pudor
entra pela fresta da janela

O sol brilha no olhar escondido da lua

Uns laivos de ternura
encaminham as mãos sequiosas
na pele sedosa dos corpos famintos
Sorrisos esboçados nos lábios
debruados de desejos proibidos

O calor embriaga a nudez do sonho

Peças de roupa caídas no chão
Corpos desnudados embriagados de prazer
adormecidos no afago de um sonho
cingidos no abraço de Morfeu
repousam na alcova do amor.

São loucos os dias em que estás comigo!

Maria Antonieta Oliveira
07-10-2014