Quero
morar no mar
Adormecer
no embalar das ondas
E
acordar com o voar das gaivotas
Saborear
a água salgada
Sobre
a crista de espuma deitada
E
sonhar!
Arrebatada
pela magia do sol
Crispando
a minha face
Queimando
meu corpo nu
Deixo-me
levar
Vou
nas ondas do mar
E
sonhar!
Quero
morar no mar!
Quero
sonhar sem acordar!
Quero
ser gaivota!
Quero
voar!
Quero
morar no mar!
Maria
Antonieta Oliveira
31-07-2021
Morena, olhos verdes
Estatura média
Doce
e meiga
Afável
e simpática
Aparenta
segurança
Firme
no caminhar
Sorriso
feliz
Amiga
e amante
Do
sol e do mar
Morena
de olhos verdes
Tristes
e sombrios
Pisados
pela vida
Marcados
do sal
Escorrido,
dias a fio
Passos
trocados
Nas
margens do rio
Magia
nas mãos
Que
afagam amores.
Só
ela sabe o que custa viver…
Maria
Antonieta Oliveira
31-07-2021
O
pipilar de uma ave
Segredou-te:
Bom dia
No
bico levava
Um
sorriso de alegria
Um
sorriso de alegria
Em
dia de grande tristeza
Desanuviou
o teu dia
E
viste nele beleza
Viste
nele beleza
Uma
beleza natural
O
pipilar de uma ave
Fez-te
sentir o sinal
Fez-te
sentir o sinal
De
que a vida é bela
Sorriste
então à vida
E
feliz, foste à janela.
Feliz,
foste à janela
Gritando
de felicidade
O
pipilar de uma ave
Trouxe-te
a realidade.
Trouxe-te
a realidade
Da
vida que não vivias
Hoje
tudo é diferente
Do
que ontem tu sentias
O
que ontem tu sentias
Era
uma tristeza sem fim
Hoje,
sorris à vida
E
sorris também para mim.
Sorris
também para mim
Finalmente
nos encontrámos
Unidos
num só amor
Nosso
sonho realizámos.
Maria
Antonieta Oliveira
30-07-2021
Olhar
lascivo
Boca
atrevida
Dentinhos
afiados
Hum…
hum…
O
que eu fazia…
E
o que eu te deixava fazer…
Meu
amor, foste o primeiro
Serás
sempre aquele a quem dedico
Um
amor puro, e verdadeiro
Foste,
és e serás sempre
O
meu amor de adolescente.
Maria
Antonieta Oliveira
28-07-2021
Passei
à tua porta num dia azul
Quando
o amarelo enaltecia o verde da natureza
E
o vermelho se diluía com a brancura da rosa
Avermelhado
azul em terra firme
Laivos
castanhos em praia deserta
Na
noite de mil cores
Entre
o branco da espuma e o rochedo preto
Unem-se
amores nas arribas do mar
Braços
se abraçam nas ondas a vaguear
A
areia fina em grãos de pureza
Saem
soltas soltando beleza
Grito
por ti e tu não me ouves
Porque
o dia azul ficou negro
Na
negritude de uma alma perdida
Eu
e tu, tu e eu, perdidos na vida.
Maria
Antonieta Oliveira
24-07-2021
Ninguém
me conhece
Nem
eu própria sei quem sou
Um
dia, quando o sol me abraçar
E
a lua nos apartar
Nas
nuvens farei minha cama
As
estrelas alumiaram o meu espaço
E
sonharei em ser eu
Depois,
descerei no teu abraço
Aconchegada
no teu regaço
Com
o perfume das rosas acordarei
Do
sonho de estarmos num céu imaginado
E
serei a que nunca fui
A
que não conheço, mas sei que existe
A
que ama loucamente
Sem
nexo, com sexo
Aquela
que é
Aquela
que existe
Aquela
que nem eu nem ninguém conhece.
Maria
Antonieta Oliveira
24-07-2021
2ª foto em S. Cucufate - 2002
Vinte
e dois de Julho de 1922
Numa
aldeia com nome de santo
São
Bento, no Alentejo
Nascia
um bebé do sexo masculino
Quis
o destino que crescesse numa vila
Vidigueira
de seu nome
Onde
se fez homem, casou e foi pai
Mas,
de novo o destino
O
fez rumar à cidade. Lisboa
Onde
viveu, trabalhou, adoeceu e se curou
As
pedras que tão bem trabalhou
Suas
mãos dóceis, calejou.
Foi
feliz à sua maneira
Na
calma aparente dos dias em que viveu
O
destino o levou um dia
A
vinte e seis de Fevereiro de 2009
Já
bisavô de um belo menino.
Foi,
é e será sempre
O
HOMEM da minha vida.
Até
um dia, meu pai.
Maria
Antonieta Oliveira
21-07-2021
Amizade
não tem dia nem hora marcada
Amor,
também não
Amizade
deve ser verdadeira
Se
o não for, não é amizade
O
amor, também deve ser verdadeiro
Sentido,
vivido sem falsidade
Só
assim a vida faz sentido
Amizade
e amor de mãos dadas
Regadas
pela paz e união
Fazem
da vida uma realidade
Replecta
de felicidade
E
alegria no coração.
Unam-se
e o mundo será mais feliz!
Maria
Antonieta Oliveira
20-07-2021
Gosto
de namorar contigo
De
contigo namoriscar
Gosto
de sonhar acordada
E
acordar sonhando contigo
Namoriscar,
namorando
Sonhar,
sonhando
Contigo,
comigo, connosco
Sempre!
Maria
Antonieta Oliveira
20-07-2021
Ser
feliz, é não pensar
É
viver o momento
Aproveitar
o segundo
Seguindo
o sentimento
Ser
feliz, é sonhar
É
conseguir concretizar
Esse
sonho, sem lamento
Vivendo
minuto a minuto
Saboreando
o sonho
Sem
pensar em acordar
Ser
feliz, é deixar rolar o destino
Embalado
em desatino
Voando,
sem asas, mas com tino
E
ir como se fosse pequenino
Levado
no bico de belo passarinho.
Ser feliz, é...
Maria
Antonieta Oliveira
20.07-2021
O
que fui
O
que sou
Fui
eu, foi a vida
Foi
a criança,
Foi
a adolescente
A
mulher
A
mãe
A
avó
A
vida que me moldou
A
vida que eu moldei
O
que sonhei
O
que consegui
Ao
destino?
Sou
o que sou
Porque
sim!
Maria
Antonieta Oliveira
20-07-2021
Fui
adolescente e até sonhei
Sonhei
ser uma donzela
Saltar
à corda e à fogueira
E
saltei vendo da janela
Joguei
ao ringue, e ao mata
Apenas
na imaginação
Fui
namoradeira sem o ser
Tudo
o fiz às escondidas
Nem
sequer podia falar das minhas amigas
Era
sempre eu a vítima das intrigas
Fui
ao cinema e li romances
Passeei
com colegas, fiz caminhadas
Mal
de mim, não fiz nada de nada
Namorei,
sim
Caminhei,
sim
E
menti
Adolescente
mentirosa para poder ser
Nem
amigos, nem amiguinhos
Mas,
Fui
adolescente e até sonhei
Maria
Antonieta Oliveira
20-07-2021
Fui
criança e até brinquei
Com
os botões do cofre da madrinha
De
onde imagina sair
Fresca
e apetitosa aguinha
As
baratas e as joaninhas
As
perdizes, as lebres e os coelhos bravos
As
galinhas e seus pintos
Eram
todos meus amigos
Mesmo
que alguns, já tivessem morrido
Também
brinquei com os ratinhos
Saídos
dos velhos armários da cozinha
E
os brinquedos que a farinha da manhã
Que
coloria o leitinho, me ofertava
Também
com eles eu brincava
O
Jorginho de papelão foi o meu filho
O
primeiro, a seguir veio o Fernandinho
E
fiquei por aqui, em termos de mais filhinhos
Nem
amigos, nem amiguinhos
Mas,
Fui
criança e até brinquei.
Maria
Antonieta Oliveira
20-07-2021
Amanhã,
vou acordar o sol
Vou
emprestar-lhe o meu brilho
Para
que ilumine o mundo
Com
mais intensidade
Vou
dar-lhe o meu mais belo sorriso
Para
que o possa distribuir pelas gentes
Tristes,
pobres e infelizes
Amanhã,
vou ser feliz
Com
o brilho do sol
Acordando
o mundo
E
dando às gentes infelizes
Mais
paz, mais amor e união
Muita
saúde e sempre pão.
Amanhã,
vou acordar o sol.
Maria
Antonieta Oliveira
18-07-2021
As
saudades matam-me
Descontrolada
e magoada
Procuro-te
nos desígnios do destino
Quero-te
nos meus braços
Beijar
tua boca doce e sequiosa
Quero
voltar a ser o que fui
Tua
namorada, amada
Voltar
a caminhar a teu lado
Com
livros por companhia
E
estudar anatomia no teu corpo
Belo
e musculado
De
olhar meigo e atrevido
Foste
meu, fui tua
Fomos
um só num só dia
Muitos
dias
Mas,
Sonho
acordada
Adormecer
em teus braços deitada.
Maria
Antonieta Oliveira
18-07-2021
A
tarde caia
Antes
da noite acontecer
E
o vento se fazer frio
Palmilhámos
calçada e pedras
Areias
e terras soltas
Ansiosos
pelo saboroso desfecho
Caminhos
sinuosos
Validados
pelo prazer seguinte
E,
finalmente o temos na mão
A
língua submete-se ao prazer
Uma
e mais outra lambedela
O
vento já era frio
A
noite já acontecera
E
nós quatro, felizes, regressamos
Ao
aposento que nos acolhe
Amanhã,
voltaremos à gelataria
Para
novo prazer consumarmos.
Maria
Antonieta Oliveira
18-07-2021
Na
magia de uns dedos
Massajei
tuas belas pernas
Teus
pés formosos
E
tuas costas amorosas
Na
paciência de uma avó
Acarinhei-te
defendendo-te
No
comer dado à boca
E
nos beijos melosos
No
amor sentido
Puro
e verdadeiro
Fui
recompensada
E
fomos felizes
Nestes
dias de areal.
Maria
Antonieta Oliveira
18-07-2021
Caminhei
contigo e em ti
Desabafei
Confessei-me
a ti
Pedi
perdão
Chorei
Ao
longo do rio
De
pés molhados pelo sal pisado
Andei
no passado
Sonhei
com o futuro
Olhei
o céu
Vi
a tua imagem reflectida
Na
água em mim salpicada
Libertei-me
De
pensamento livre
E
alma apaziguada
Mergulhei
na paz da vida.
Maria
Antonieta Oliveira
18-07-2021
Na
solidão de um mar imenso
Navegas
sozinho
O
caminho foi-te cortado
Na
ausência do amor levado
A
dura perda sentida
Não
faz sentido na vida
Ao
som da maré que te embala
As
noites de lágrimas choradas
As
saudades sem horas marcadas
Navegas
num barco vazio
Onde
o frio te faz sentir ainda mais só
Nesse
mar imenso que é o dia
De
tristeza e solidão
Mas,
A
Fé acompanha-te
Não
estás desacompanhado
Ela,
está e estará sempre a teu lado
Maria
Antonieta Oliveira
08-07-2021
Na
bancada de granito branco
Um
círculo escuro denuncia o vício
Distraída,
saí sem o ocultar
O
sol quente que entrou pela janela
Tornou
impossível apaga-lo
Já
ressequido, ainda mais escuro se tornou
Visível
a qualquer olhar
Estava
ali presente, para me denunciar
Quando
voltei a em casa entrar
Olhei-o
sem saber o que fazer
De
esfregão na mão
E
um sobressalto no coração
Esfreguei
aquele círculo negro
Aos
poucos o branco voltou ao granito
A
pedra da bancada já não me denunciava
O
círculo deixado pelo pires da chávena
Estava
definitivamente apagado
Afinal,
nenhum crime cometera
Apenas
tinha bebido um saboroso café.
Maria
Antonieta Oliveira
03-07-2021
A
chave perdida
Na
bolsa esquecida
Uma
vida traída
Cigarros
esmagados
Sonhos
adiados
Caminhos
cruzados
No
poial, sentada
Triste
e magoada
Sonho
acordada
No
cimo do monte
Corre
água da fonte
Cruzo
o horizonte
Rumo
ao destino
Sem
cabeça nem tino
Oro
ao Divino
Nele
encontro a paz
Só
Ele me a traz
Ele
me satisfaz.
A
chave perdida
Na
vida traída!
Maria
Antonieta Oliveira
02-07-2021
