quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pinceladas


(Imagem google)


Pinceladas de matiz
colorindo meu olhar
fazem-me sentir feliz
neste doce caminhar.

Noutra tela a pastel
vejo o outono chegando
mais um traço do pincel
e as folhas vão voando.

Noutro olhar incandescente
onde brilha o colorido
vejo nele o sol nascente
vejo o mundo florido.

E nesta frondosa pintura
onde tudo é magia
eu descubro com ternura
que a arte é alegria.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cama Vazia


(Imagem google)



A cama fria
Os lençóis escorreitos
Entre eles
o meu corpo gélido
desnudo
Sem ti!

domingo, 23 de outubro de 2011

Calceteiro




CALCETEIRO

( Homenagem ao meu pai falecido em 2009)


Tuas mãos rudes
calejadas
trilhadas
magoadas
pelo frio, chuva ou sol ardente
De pedras brutas
Calcário, granito
brancas, pretas, outras cores
tuas mãos delas fazia
grinaldas de belas flores
barcos a remos, caravelas
ziguezagues ondulantes
e tudo ficava bonito
Com tua arte e alegria
fazias o chão que pisamos
aquele que nem olhamos
e tem nele tanta magia.

Até tu próprio dizias
que a arte é alegria.




Poema premiado com o 2º prémio no 1º concurso de poesia promovido pela Associação Cultural DRACA - Palmela

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Presente


(Imagem google)

Corto o laço
a fita
Ponta por ponta
retiro o papel dourado
que envolve o teu corpo
E nele
me perco.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Anoiteceu


(Imagem google)



Anoiteceu!
O luar circunda o meu jardim
Cada pingo de orvalho, ao olhar
mais parece uma estrela brilhante.
Cada estrela no céu
lembra uma velinha acesa
alumiando o teu caminho.
Cada traço do traço das nuvens
uma estrada de regresso ao lar esquecido
aquele que foi perdido nas agruras do tempo.
Cada salpico da chuva que cai
uma lágrima de cristal
saída de teus olhos cansados,
tristes e maltratados
pela vida da vida que passa.
O rafeiro de pêlo luzidio
pelo luar que circunda o meu jardim
uiva baixinho
na força perdida
da idade atingida.
Anoiteceu!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Caminhante


(Imagem google)








Palmilhei com palmilhas
nos pés descalços
por entre caminhos, trilhos, percalços
Caminhei por entre montes e vales
Entre pedreiras e pontes
Bebi de todas as fontes
Saciei o meu saber
Iluminei o meu ser
com a luz do sol brilhante
Tornei-me um caminhante
à descoberta do mundo.

Houve Vida


(Imagem google)







Sem bater, entrei
Calmamente percorri todo o espaço
De leve fui tocando o pó
descansado no tempo
Tacteei ao encontro da luz adormecida
e nada encontrei
No alvo da parede escurecida
o espaço do teu retrato perdido
Pela frincha da porta por onde entrei sem bater
a luz ténue do sol pôr traz à lembrança
a vida sem pó
com flores e amor
naquele lugar vivida.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Desejos


(Imagem google)






Essa tua boca
de doce loucura
Esses beijos ardentes
que saciam meu corpo
Esse teu olhar
de meiga ternura
Esse teu corpo
colado no meu.

Teu afago
Teu beijo
Nosso desejo!

Encontro-me Nas Palavras


(Imagem google)






Encontro-me nas palavras
mesmo que não seja eu!

Faço delas novelinhos
Loucuras e desatinos
Desejos e fantasias
Tristezas e alegrias.
Deixo-as voar ao vento
levando meu pensamento
e entre nuvens pousar
e numa estrela me encontrar
Nesse momento me quedo
sinto em mim tal medo
dessa estrela ser cadente
e o equilíbrio perder
e a minha mente demente
transformar para sempre
esse sonho que era viver.

Trago-as de volta à terra
numa folha vão pousar
e sem que façam guerra
logo, logo uma a uma
começam a desfilar.
Por entre o sol e a bruma
entre o lápis e o papel
faço lençóis de espuma
e romances de cordel.

Nas palavras me encontro
mesmo que não seja eu!