sábado, 11 de junho de 2016

Ilha da Felicidade




Embrulho-me nas palavras já gastas por outros poetas
E tento escrever palavras diferentes paridas por mim
Não vou falar de amor nem de saudade
Temas desbotados de tanto usados
Acalma-te mente perversa de pensamentos lascivos depravados
Também esses já explorados e mal fadados
Fome, guerra. Tristeza e dor
Violações, imigrantes, crianças sofridas e mal paridas
Doenças perigosas e outras enganosas
Não, não vou falar
Já muitos falaram, escreveram, gritaram
E o mundo não parou para os ouvir.
E da paz fingida, da miséria consentida
Dos idosos solitários ultrajados
Dos animais abandonados e mal tratados
Tanto sofrimento e maldade neste mundo de desigualdade
Não, não vou falar!
A natureza e a sua beleza
Envolvem a lua, o sol, o mar, os caminhos floridos
Areias molhadas, pisadas de mãos dadas
Olhares trocados, beijos roubados
Caminhos desencontrados, amores consumados

Amor!
A vida é amor!
Saudade!
A vida é saudade!
Temas desbotados de tanto usados
Mas sem eles avida não faria sentido.

Amor!
Paz!
Pão!
Igualdade!
E o mundo seria a ilha da felicidade!

Maria Antonieta Oliveira
11-06-2016



segunda-feira, 6 de junho de 2016

Sou Eu





Sou vento que esvoaça no espaço
Sou tempo que se perde no tempo
Sou rio que desagua no mar
Sou ar quente do deserto
Sou andorinha migratória
Sou sol num inverno agreste
Sou pétala de rosa caída no chão
Sou terra pisada na agrura da vida
Sou pó caído ao relento
Sou nada, ou tudo de um nada
Sou chama incandescente
Sou lume, sou fogo, sou água corrente
Sou estrela cadente em noite de luar
Sou criança carente
Sou ser indolente
Sou amor, sou paz, sou guerra
Sou sonho, sou vida, sou paixão
Sou desilusão perdida
Sou pétala esquecida
Sou folha de papel em branco
Sou tudo, sou tanto
Sou eu, simplesmente, eu!

Maria Antonieta Oliveira
06-06-2016

domingo, 5 de junho de 2016

Doce Olhar






Sinto o calor dos teus lábios
Afagando os meus cabelos
Estremeço na emoção do prazer
Que enternece o meu sentir
Na esperança de um novo amanhecer
Sinto o cheiro do teu perfume
No abraço do teu braço em mim
O meu corpo sedento de ti

Embevecida olho os teus olhos doces
Aqueles por quem me apaixonei um dia
E cedo ao beijo há tanto desejado
Como se o tempo não tivesse tempo
E o ontem fosse o ontem passado
Neste presente que nos uniu de novo
Para que possamos continuar a viver
Esse sonho por nós ambicionado

Maria Antonieta Oliveira
05-06-2016