quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Lira Que Lira

 

 

Lira que lira

Toca que toca

Lágrimas em poesia

Saudades em espuma batida

Na proa, imagino-te

Chegas numa abraço que nunca demos

E o mar caminha, caminha

Na solidão de um coração sofrido.

 

Lira que lira

Toca que toca

Imagens e sonhos…

 

Maria Antonieta Bastos Alentado

28-02-2024

 

Cela


 

 

Numa pequena cela

Eu e tu, apenas nós

Os outros, eram apenas, os outros

Tu comigo e eu com a minha pena

Pena de um coração em sofrimento

Pena com que escrevi o meu sentir

Escrevi páginas sem fim

Palavras, talvez, sem nexo

Escrevi para ti, de ti e de nós

Num sonho imaginado

Cela… prisão… perdão… fugir…

 

Nesta cela/prisão escrevi… escrevi…

O que fez de mim o maior poeta Português

Ainda hoje, 500 anos depois sou dos maiores

Ainda hoje em todo o Mundo

Sabem que foi Camões

Porque Camões soube contar a sua triste história

Numa pequena cela, onde os sonhos surgiam

Num acordar adormecido onde me prenderam.

 

Mas, fui um herói!

Mas, sou um herói!

Sou  LUIZ  VAZ  DE  CAMÕES!

 

Maria Antonieta Bastos Alentado

28-02-2024

 

 

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Quero Morrer...Vivendo


 

 

Quero morrer

Estou farta desta vida de merda

Quando eu partir deixa-me seguir em paz

Não me persigas

Deixa-me de vez e talvez eu consiga lá chegar

 

Vou matar a vida

Nunca será a vida a matar-me

Eu,

Sou muito mias forte

Eu, serei sempre EU

Forte

Inteligente

Meiga

Tranquila

Teimosa às vezes

Amiga do seu amigo

Pronta a  ajudar.

 

Eu, a outra que sem ser feliz, vivia

Agora quero viver, mesmo sem felicidade.

 

Maria Antonieta Bastos Alentado

09-02-2024

 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Chama-me de Amor


 

 

Chama-me de amor

E diz que me amas

Diz que sentes saudades dos meus lábios nos teus

Das nossas línguas unidas num amor infinito

Chama-me de amor

E ama-me com fervor

Preciso tanto de ti!

Nem imaginas o quanto!...

 

Maria Antonieta Bastos Alentado

08-02-2024

 



quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Fim

 

Não me disseste adeus

Nem sequer me convidaste

Até talvez não aceitasse

Também tu, fizeste o mesmo

Partiste e eu fiquei sem ti

Sem o teu beijo ou o teu abraço

Aos poucos todos me deixam 

Sem se despedirem

E eu fico

Fico sentada nos bancos de pedra branca

Do Terreiro do Paço

Pode ser que as joaninhas voltem

Talvez…

Talvez até me beijem e abracem

O Tejo vai e vem

Os cacilheiros flutuam de cá para lá e de lá para cá

Pensativa e depressiva aguardo

O cheiro da maresia costuma fazer milagres

Mas não, desta vez, não há milagre possível

Apenas me resta o fim.

 

Maria Antonieta Bastos Alentado

01-02-2024