sexta-feira, 25 de abril de 2014

Valeu a Pena





Choveram cravos num dia de Abril
Choveram esperanças
Há muito perdidas
Cantou-se Zeca
Cantou-se Grândola
Gritou-se vitória
Gritou-se glória
Viveu-se liberdade!

O povo saiu à rua
Portugal trouxe a bandeira
E dela fez seu novo hino
Da igualdade, da fraternidade, da liberdade

Quarenta anos depois
O povo sai à rua
E grita Zeca
E grita Grândola
Pede liberdade
Pede igualdade
Pede pão
Pede trabalho

Os cravos murcharam
Nas palavras de quem governa.

A liberdade tornou-se medo
Medo de sair à rua
Medo dos ladrões salteadores
Dos outros com arma na mão
Do amanhã de filhos e netos
Do hoje dos nossos idosos
De nós, sim, medo de nós
Que não temos a coragem de nossos avós.

E os cravos?
Onde pairam os cravos
Dos canos das espingardas?
Reguem esses cravos e,
Soltem os homens da guerra
E façam com que Portugal renasça
Da fome e da miséria
Da liberdade ludibriada
Da juventude aniquilada sem futuro.
Dos idosos pedintes maltratados.
Das famílias destruídas sem pão.

Quarenta anos depois
Terá valido a pena?
Valeu a pena!

Maria Antonieta Oliveira
25-03-2014










segunda-feira, 21 de abril de 2014

Perdi o Medo





Perdi o medo de viver
Perdi o medo de sofrer
Perdi o medo de querer
Perdi o medo de ser
Perdi o medo de ter

Perdi o medo de sonhar
Perdi o medo de voar

Perdi o medo de ter medo

Perdi o medo de não ter sanidade
Perdi o medo de dizer a idade
Perdi o medo de ser feliz
Perdi o medo de tudo o que fiz


Perdi o medo de mim
Perdi o medo de amar sem fim
Perdi o medo de ser quem sou
Perdi o medo do que não dou

Perdi o medo de ter medo

Quero viver sem segredo
Quero viver sem enredo
Quero viver em amor
Quero viver com fulgor
Quero amar e ser amada
Quero na vida ser lembrada.

Quero na morte enterrada
Ser por todos, venerada.

Perdi o medo de ter medo!

Maria Antonieta Oliveira
20-04-2014

domingo, 20 de abril de 2014

A Mulher Que Eu Amo





Porque desnudas teu corpo
E olhas para mim?

Teus seios rosados
Tua aureola perfeita
Tuas curvas sensuais
Delineadas abusadas
Tuas pernas esbeltas e longas
Teu corpo de menina donzela
Teu ser aberto liberto
Livre e carente
De desejo ardente
Teus olhos semicerrados
De paixão por mim

E ainda me perguntas:
Porque me desnudo
E olho para ti?!

Porque és a mulher que eu amo!


Maria Antonieta Oliveira
19-04-2014


Eterno Florescer







Ah amor se eu pudesse
Transformar uma flor
Num pombo-correio
Levar-te-ia por inteiro
Todo o meu carinho e paixão
Abriria teu coração
E nele repousava
Faria aí minha morada

No teu sangue fervilhava
Todo o meu sentir
Aquele doce florir
Que no bico do pombo partiu
Ao teu encontro, amor.

Entre pétalas avermelhadas
Nossas bocas entrelaçadas
Num eterno florescer.


Maria Antonieta Oliveira
19-04-2014

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Unidas Para Sempre





Se o sol amanhecesse
e eu não acordasse
talvez no céu me encontrasse.
E então,
procurar-te-ia, minha mãe
Mataríamos a saudade
num abraço apertado
Veria os teus olhos brilhantes
sorrindo de felicidade.

De mãos dadas
tal como fazíamos
quando eu era criança
Levar-me-ias no caminho da luz
ao encontro de Jesus.

E nessa paz eterna
ficaríamos unidas
para todo o sempre.


Maria Antonieta Oliveira
03-04-2014


Diálogo entre um casal sexagenário

(Imagem da internet)



DIÁLOGO

Entre um casal sexagenário




Amorzinho,
vou pedir ao tempo
que me dê mais tempo
para olhar para ti,
para gostar de ti.
Amo-te!


Sabes meu querido
também peço ao tempo?!
Quero ter tempo
para receber o tempo
do teu amor.
Amo-te muito!


Maria Antonieta Oliveira
31-03-2014