quinta-feira, 30 de abril de 2020

Janela Indiscreta



Janela indiscreta, aquela, por onde te vejo
Te roubo um beijo
Sentes sem ver, o quanto te amo
No parapeito uma ave
Chilreia baixinho, procura o seu ninho
Ao meu ouvido chega outro som
Lá longe, bem longe
É o meu preferido, o som do amor
Lá longe, muito longe
Abro a janela para ouvir melhor
De mansinho o som vem chegando
É a tua voz, para mim cantando
De olhos fechados, sinto o teu beijo
O que te roubei, naquela janela
Janela indiscreta, fechada, inerte
Que jamais foi aberta.

Maria Antonieta Oliveira
30-04-2020

Venceremos



Janelas abertas
Conversas dispersas
Sons inaudíveis
Ruas desertas
Caminhos desencontrados
Todos, em seus lares resguardados
O sol, esse, rodopia
De noite e de dia em volta da terra
A lua sombria caminha também
Nenhum dos dois acaba esta guerra
O inimigo é matreiro
Esconde-se ligeiro
Não se deixa ver
Mas nós, os humanos
Lutaremos firmes
Acabaremos por vencer.

Maria Antonieta Oliveira
30-04-2020

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Abraça-me



Abraça-me, amor
Abraça-me, por favor
Mesmo que não me ames
Abraça-me, amor
Desiste de mim se fores capaz
Desisto de ti se conseguir
Entretanto,
Abraça-me, amor
E verás que jamais conseguirás
Deixar de me amar
Ama-me por favor
E abraça-me, amor.

Maria Antonieta Oliveira
29-04-2020

Apaixonados


Escolhi-te no dia em que te vi
Amor à primeira vista?!
Sim, foi amor à primeira vista
Olhei-te e apaixonei-me
Foi em Lisboa, era inverno
Beijamo-nos na primavera
No calor do espaço milenar

Passaram verões, outonos
De novo invernos, primaveras
Anos, vários anos de amor
Com carinhos, ternuras
E beijos apaixonados
Até que um dia, era inverno
Seguimos outros caminhos.

Mas,
Apaixonados ficámos
Sim, ficámos apaixonados para sempre!

Maria Antonieta Oliveira
29-04-2020

Nos Teus Olhos


Quero olhar os teus olhos
E ver neles a pureza de uma criança
A simplicidade de uma andorinha voando
A suavidade do vento no verão
A beleza de uma flor a nascer
O carinho de um bebé ao nascer
Quero sentir felicidade
Na tua realidade.

Nos teus olhos
No teu olhar
Quero ver o verbo amar.

Maria Antonieta Oliveira
29-04-2020

domingo, 26 de abril de 2020

Eu e a Lua


Não me apetece vestir de chita
Nem de seda ou veludo
Deixem-me sair assim
Mostrar ao mundo quem sou
E tu, boneco de neve
O que fazes no meu jardim?
Já viste o vento que faz
E o frio que vem a caminho?
Vai-te, deixa-me brilhar
Quero ser a estrela desta noite
Quero namorar a lua
Nua.

O teu calor aquecer-me-á
O vento e o frio, passará
E tu, boneco de neve
Derreterás para meu jubilo
Então, serei a estrela maior
Brilharei sem sedas ou veludos
Serei eu, apenas eu
Eu e a lua
Nua.

Maria Antonieta Oliveira
26-04-2020


sexta-feira, 24 de abril de 2020

Viagem de Luz


Com a voz embargada
E um soluço cravado na garganta
Abordei-te
Não sabia que dizer
Não queria magoar-te
Mas a verdade
A verdade martelava na minha mente
Ela partira!
Diabolicamente e sem avisar
Partira.
Na mala, pouco ou nada levava
Na mão, apenas o terço para a oração
Foi em busca da liberdade
Ao encontro da felicidade.

Queria dias de sol
Viagens de luz
Por isso partira
Ao encontro de Jesus.

Maria Antonieta Oliveira
24-04-2020

Copo Vazio


Escorre-me pela garganta seca
A última gota do vinho que me deste
Olho o copo vazio
E nele, vejo o teu rosto
Iluminada e sorridente
Queria saber o sabor do teu vinho
Num beijo quente de desejo

O copo vazio ri-se
Ri-se de mim
Da minha (de) ilusão
Ri-se para mim
Dando-me consolação.

A garganta seca
O copo vazio
E tu, não estás
Apenas o sonho
Embriaga o meu coração.

Maria Antonieta Oliveira
24-04-2020

Saí da Sombra

Saí da sombra
Que me queimava os neurónios
Rebolesca e astuta
Procurei o meu rumo
Nada fiz
Nada disse
Mas ele encontrou-me
Cruzámo-nos
Sem quase nos vermos
Na troca dos passos
Trocámos olhares
Nas palavras retidas
Desbloqueei o sol
Que agora, brilha a meu lado.

Deixei de ser sombra
Passei a ser sol
Deixei de ser outra
Passei a ser eu.

Maria Antonieta Oliveira
24-04-2020


terça-feira, 21 de abril de 2020

Banho de Espuma


Sonho estar contigo
Cair em teus braços
Sentir-me abraçada e amada
Rolar no teu corpo
Banhar-me em tuas águas
Numa banheira pejada de rosas
Deslizar entre a espuma perfumada
Sentir o teu corpo colado no meu
O perfume das rosas estonteante
Deixando-nos loucos
Ainda mais loucos
Tão loucos, que desejaríamos
Que aquele banho de espuma
Se eternizasse
E este sonho jamais acabasse.

Maria Antonieta Oliveira
21-04-2020

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Não Estou Só



E, duas já abriram
Já viram a luz do dia
Neste tempo de pandemia
Para agradar meu olhar
Aqui, neste meu canto
Onde leio, escrevo e me encanto
Ao ouvir e ver, amigos
Abrilhantando poemas
Palavras soltas e sentidas
Outras até quiçá proibidas.

Mas não estou sozinha
Neste canto, até só meu
Tenho fotos dos meus pais
Dos meus netos, da filha
De uma vida de emoções
Os livros também são muitos
Com os mais diversos temas
Tenho Deus e Nossa Senhora
Sempre presentes em mim
E as flores que me alegram
E abrem só para mim.

Maria Antonieta Oliveira
20-04-2020


domingo, 19 de abril de 2020

Como Ontem



Beija-me agora
Como ontem
Abraça-me agora
Como ontem
Tem-me em ti
No instante de união
No momento nosso
Dá-me a tua mão
Aconchega-te a mim
Assim
Como ontem

O teu beijo
O teu abraço
A nossa união
O nosso aconchego
Agora, amor
Como ontem.

Maria Antonieta Oliveira
19-04-2020





leio-te
num esgar
de olhos perdidos
mulher
sou
mãe
avó

amante
de muito amor
em mim
em ti
em nós
aqui


serei outra
talvez
ou não


mergulharei
ondas gigantes
descalça de tudo

comigo
na areia
partirei
sem rumo.

Maria Antonieta Oliveira
19-04-2020

sábado, 18 de abril de 2020

Diálogo a Sós

Imagens
palavras
emoções
vida!

virtual/idade
real/idade
mente
demente

corpo
amante
olhos boca e mãos
sentires
Visões
amor

Maria Antonieta Oliveira
18-04-2020

segunda-feira, 6 de abril de 2020

O Nosso Fado


Percorri o teu corpo
Com os olhos de quem ama
Dedilhei a guitarra pousada
Na cadeira do sonho
Cantei o meu fado contigo
Ao longe, ouvi um gemido
Outra guitarra cantava
Outro fado dedilhado
Outro pé em outra cadeira
Mas fado, só é fado
Dedilhado à nossa maneira.

Maria Antonieta Oliveira
06-04-2020

Quando... Sempre


Quando o sol voltar a nascer
Iluminando a areia da praia
Aquecendo a água do mar
Quero voltar aos teus braços, amor.

Quando o som dos pássaros voando
Encantar os teus olhos doces
Fazendo esquecer o tempo
Quero voltar aos teus braços, amor.

Quando o sino da torre badalar
Cantando as horas que passam
Fazendo sonhar os amantes
Quero voltar aos teus braços, amor.

Quando…
Sempre, em todos os momentos
Quero voltar aos teus braços, amor.

Maria Antonieta Oliveira
06-04-2020


Solta o Vento


O que está por detrás do que não vejo?
Nada vislumbro!
Solta as sombras, as mágoas
Solta os gritos, as lágrimas
Solta o sol, a vida
Solta o vento, deixa-o livre
Para levar a solidão
A desilusão e o desânimo
Deixa-o livre
Para que possamos ficar livres
E soltos da amarra que nos prende
E livres
E unidos
Celebraremos a amizade
O amor e a Fé.

Maria Antonieta Oliveira
06-04-2020

domingo, 5 de abril de 2020

Treze


Parece que foi ontem
E treze anos já passaram
Treze anos de ti
Treze anos de muito amor
Muita entrega e preocupação.

Traquina, maroto, meigo
Hoje, um quase adolescente
Consciente e bem-educado
Somos cúmplices em quase tudo
És o meu Rafa, o meu mundo.

Parabéns meu neto muito amado.

Maria Antonieta Oliveira
05-04-2020

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Chegou o Estio



Fustigados os ventos
Levam consigo aragens
E pós doentios
De norte a sul
Estreitam-se carinhos
Nos caminhos sombrios
As mãos dadas
Em dedos entrelaçados
Beijos suados
Abraços esperados.

Os ventos fustigaram
Lavaram corpos e mentes
E,
O desejo
A esperança
A renovação
A Fé
Trouxeram o estio!

Maria Antonieta Oliveira
03-04-2020

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Abril


Abril águas mil
Diz o refrão popular
Este Abril de refúgio obrigatório
Cumpre esse refrão
Lá fora chove
Choro do céu em lágrimas frias
Choro das nuvens ausentes de sol
Chove!
Também os nossos corações choram
De angústia, de tristeza, de solidão
De incerteza pelo amanhã
Pelos nossos, pelo mundo
De sofrimento, de desalento
De medo do desconhecido
Chove lá fora!
Limpa a terra, o solo
Mas não limpa as lágrimas
De quem sofre a epidemia
Mesmo que ausente dela.

Chove lá fora
Choro em casa
E rezo!

Maria Antonieta Oliveira
01-04-2020