terça-feira, 27 de outubro de 2015

Acaso





Nada acontece por acaso
Há acasos na vida
Que tornam a vida diferente
É como se a vida da gente
Voltasse a ser vida de novo
Mas,
Nada acontece por acaso
E o acaso da gente
Foi acontecer esse acaso
E a vida ao acaso
Nos dar tempo de vida
Para viver nosso acaso

E,
Já que nada acontece por acaso
Vamos viver este acaso
Que a vida de novo nos deu.

Maria Antonieta Oliveira
27-10-2015


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Rastejo





Rastejo, qual serpente no deserto
Farejo o dia em que me perdi
E não o vejo

Agora sou eu
Preciso de mimo, carinho e apoio
Dói-me o sentir, o viver
Quero morrer

Nesse deserto em que rastejo
Me perco e revejo e caminho sozinha
Nem sol nem lua me iluminam
A minha luz ficou contigo
Eu, fiquei embaciada, esbranquiçada
Pálida de lágrimas perdidas
Cálidas as noites serenas
Em que nem os pássaros pipilam

Meu corpo rasteja na areia fina
Do deserto em que me encontro
Nem água nem fome me atormentam
A aridez é completa
Atingi minha meta
Já nada me prende ao solo onde nasci
Quero partir daqui
Vísceras esquecidas em prol de nada

Rastejo em prece a Deus
Para que me livre de pensamentos nefastos
Onde a vida não mora
E a morte existe
Que encaminhe meus passos
Me leve em seus braços
E me tire dos enleios da vida
Onde rastejo perdida.

Maria Antonieta Oliveira
23-10-2015


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

À Espera da Hora






Do alto da montanha
Descem fios de prata
Tais os teus cabelos grisalhos
Lá longe, as luzes brilhantes
Entrelaçam-se com as estrelas
Na lareira crepitam as pinhas
Do pinheiro inventado para a festa
A avó, sentada na cadeira baixa
Aquece a saia preta, comprida
A madrinha no banco ao piano
Toca suaves melodias
Alusivas à data festiva
O pai e a mãe sentados no sofá
Dão as mãos esperando a hora

O sino da igreja badalava
Uma, duas, três…. Onze, doze
Todos se alegraram
Era noite de Natal!

Maria Antonieta Oliveira
14-10-2015



domingo, 11 de outubro de 2015

Pedras





Pedras
Calhaus dispersos no espaço
Tempo incerto trilhado

Pedras
Muros intransponíveis
Castigos vividos

Pedras
Horas passadas no segundo
Ao minuto do amor

Pedras
Partilhadas sofridas
Pisadas na calçada

Pedras
Aguardam momentos
De sol e luz

Maria Antonieta Oliveira
11-10-2015

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Amo o Amor




Amo demais o amor
Para poder viver sem ti
Como foi que me esqueci?!

Amo palavras já ditas
Amo um certo rubor
Amo sentir o calor
Amo amar-te de novo
Amo viver o passado
Amo ter-te a meu lado

Num suposto sonho de amor
Tu existes e vives e sentes
Os beijos que me ensinaste
São teus, são meus, são nossos
Não os dei a mais ninguém
Quero senti-los de novo

Os apertados e magoados dedos
Jamais esqueceram os teus
E já sentiram, sentiram de novo
Esse teu doce acarinhar
Essa tua forma diferente de amar
Esse teu gosto meigo de olhar

Os lábios, os jeitos, as mãos
Os olhos pestanudos de outrora
Aquele olhar que me atrai
Aqueles beijos que desejo
Aquelas mãos que eu quero
Tudo poderia ser meu presente

E como num sonho desperto
Acordo e adormeço e esperto
E olho ao redor de mim
E sei, sei que te amo como amei
Sei que me amas também
E que o ontem é hoje e amanhã será!

Maria Antonieta Oliveira
01-10-2015
00 h 18 m