sábado, 5 de dezembro de 2015

Pedaço de Nada





A vida é um pedaço de nada
Nadas que fazem a vida,
E que são isso mesmo, nada
Agarra os segundos da vida
E vive-os como se fossem únicos
Os últimos de uma vida vivida

A vida tem que ser vivida
A cada minuto que passa
Porque a vida prega partidas à vida
E, o amanhã será tarde
Para viver aquele outro minuto
Da vida um dia sonhada

Ah vida traiçoeira
Que atraiçoas corações
Apagas emoções
Deixando lágrimas rolar
No olhar por quem partiu
E nunca mais voltará

Nem flores, nem lágrimas
Nem abraços ou beijos
Não quero manifestações
Nem grandezas de sermões
Por quem aqui me restar
Quero paz ao meu redor

Maria Antonieta Oliveira
05-12-2015
(Faleceu o grande homem, o grande poeta Vitor Cintra)





sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Decidi Amar-te





Hoje decidi amar-te
Amar-te no silêncio do meu âmago
Na profundidade do meu sentir

Decidi amar-te
Com a saudade de um beijo
No segredo íntimo do desejo

Amar-te
Na vivência de um sonho
Na intensidade da paixão

Hoje decidi amar-te
Na carícia de dois corpos suados
Extravasados de pudores e sentimentos

Decidi amar-te
Com a juventude de outrora
Na alegria de te possuir

Amar-te
Como sempre te amei
No recôndito do meu ser

Hoje decidi amar-te
Tal como ontem
E, como te amarei sempre.

Hoje decidi amar-te!
Meu amor!

Maria Antonieta Oliveira
03-12-2015


Lá no Além





Até um dia meu amor
Sei que lá nos encontraremos
Sem pressões nem amarras
E então aí seremos felizes
Aqui, sem ti, já não quero estar

Lá, no além, estaremos unidos
Num só e único ser amado
Amantes de amores proibidos
Não, amantes de amores frustrados
De amores desencontrados
De caminhos seguidos noutros sentidos

Lá, no além, os nossos caminhos
Serão os caminhos do amor
Os caminhos da felicidade
Os caminhos onde nos descobriremos
Juntos, unidos num sem fim de sorrisos
Daqui, já parti há muito

Lá, no além, quero ter-te só meu
E eu serei tua finalmente
Viveremos então
Um enorme amor para sempre
Quero partir contigo
Para o além desconhecido!

Maria Antonieta Oliveira
04-12-2015




terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Tabus





Despi-me de preconceitos, de tabus
De ideias pré-concebidas, de tudo
Despida de roupas mesquinhas
Que servem aos olhares malévolos

Mendigos de fome abastada, anunciada
Sôfregos de sentir pesados carinhos
Olhos sujos da poeira dos ventos
Corpos despidos na ânsia do desejo
Despidos pela magia do instante
Desprezados no chão já sujo
Como sujos os corpos desnudos dos amantes

Tabus?!
Preconceitos?!
Nudez!
Vida!

Despida de tudo
Numa nudez completa
Anseio o amanhã incerto
Na realidade do hoje passado
No ontem já perdido esquecido no tempo.

Tabus?!
Preconceitos?!
Nudez!
Vida!

Maria Antonieta Oliveira
01-12-2015