quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cogitam os Dedos





Solta-se o verbo
As palavras
Cogitam os dedos
Nos sentires
Do sol
Da lua
Do mar
Do teu amar.


Maria Antonieta Oliveira

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Estado de Alma






O sol escondeu-se
e deu lugar à chuva
que cai miudinha
Deixando nos passos
rastos de sofrimento e dor
acalentados na saudade
daquele outro amor.
Rastos de dias sombrios
e frios, sem o teu agasalho.

Olho por entre os vidros embaciados
e nem a rua vislumbro
tal o véu cinza interposto entre nós.
Não sei se é noite ou dia
tudo ao redor enegreceu.
Não vejo sol nem lua
Nem passos na minha rua.

A chuva,
embaciou o meu olhar
tornando-o triste e sombrio
Meu coração deixou de amar.
E eu,
Sozinha… e com frio…


Maria Antonieta Oliveira


Ser Mulher




Ser mulher
É beijar o sol e a lua

Abraçar o mar
e nele navegar

É trilhar caminhos
aparando espinhos

É sulcar vales e montes
Galgar todas as pontes

É sofrer, rir e chorar.

É dar luz à vida
E ao amor dar guarida

É dar e receber.

É o carinho prometido
O ombro amigo

É estar sempre por perto
Ter a palavra no momento certo

É o afago, o mimo
O sussurro baixinho

É o colo sempre disposto
a consolar um desgosto

É ser mãe, filha, amiga
É ser avó, criança atrevida.

É ser velhinha enrugada
Rumo a outra morada.

Ser mulher
É ser AMOR!


Maria Antonieta Oliveira

Não te Vi





Ontem pensei que te via
Vesti o meu vestido de chita
Aquele com que me achas bonita
Calcei sapatos de salto
E pus batom,
Vermelho, como tu gostas.

Mas não,
De ti, nem assombração.

Escovei o cabelo
E pus-lhe um laço amarelo
Ah! Como ficou belo!
Mas tu não viste
E eu, fiquei triste.

Mas não
De ti, nem assombração!


Maria Antonieta Oliveira

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Mar - Mulher




Entre ondas de espuma
Num vai e vem constante
Sulcas areias
Lutas contra rochas, rochedos
Sem temores, nem medos.
Levas e trazes saudades
Auguras novidades
Dás paz e alento
Caminhas ao longo do tempo.
És bravio, intimador
Doce e tranquilo
Suave e calmo
Em ti há brilho e cor

Há amor!

Abraças o vento, o sol e a lua.
És mar (lágrimas) salgado
És vida
Dás vida
Vives
E deixas que vivam em ti
Tal como a mulher
Que é filha, mãe e avó
Que vive lutando,
Sofrendo e amando
À luz do céu que a acolhe
Com força, coragem e Fé
Em Jesus Salvador.


Maria Antonieta Oliveira

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Noite




A noite estremece,
nos dias sombrios
em que tu não estás.

O dia amanhece,
na solidão do ontem
ancorado em ti.

O sol não floresce,
esgueira-se na sombra
da nuvem que passa.

A lágrima desfalece,
e cai entristecida
na viagem para o mar.


A lua adormece,
nos sonhos por viver
nos sonhos por sonhar.


Maria Antonieta Oliveira

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Porta da Sacristia




Que segredos escondem
Os quadrados talhados
Na madeira velha
Da antiga sacristia?

Quantas betas a transpuseram?
Quantas meninas a passaram
Na procura das bênçãos de Jesus
Na aprendizagem das boas maneiras
Na busca da verdade?

Quantas certezas e incertezas
Quantas verdades e mentiras
Quantas alegrias e tristezas
Tantas desilusões!

Através dessa porta antiga
Já gasta pelo tempo
Muitas histórias foram vividas
Muitas vidas construídas
E outras tantas destruídas.

A sombra da cruz de Cristo
Te protege
Te ampara
Te abençoa

Que jamais
Meninos crentes
Sofram com os homens descrentes!

Maria Antonieta Oliveira

Lutarei





Deixei de ver
Deixei de falar
Não quero mais sofrer
Não sei já amar.

Já não sei o que é saudade
Nem sequer o que é beleza
Saberei o que é amizade?!
De nada tenho a certeza.

Quem sou eu, afinal?
O que quero eu saber?
Sou alguém especial?
Eu só quero viver!

Quero sentir a liberdade
De ser aquilo que sou
Saber o que é felicidade
Receber tal como dou.

Criar o meu espaço
Libertar-me de ti
Daquele embaraço
Que sempre senti.

Arranjei um caminho
Numa estrada perdida
Esqueci teu carinho
Mas, senti-me traída.

O que ei-de fazer?
Como vou continuar?
Quero outro viver
Vou ter que lutar.

Lutarei sim
Enquanto puder
Lutarei por mim
Para o que der e vier.


Maria Antonieta Oliveira

Já Não Corre Água da Fonte




Já não corre água da fonte
Nem o cântaro
Mata a sede
Do homem que vem do monte.

Teu poial
É a marca
Do tempo que passa
Tuas pedras moídas
Denunciam
O sofrimento das gentes de outrora
Onde a água
Que é vida
À cabeça era trazida
No cansaço
Do trabalho árduo
Na procura do pão
Para a boca dos filhos
No trilhar
Do sofrimento
De pobre ter nascido.

Já não corre água na fonte!


Maria Antonieta Oliveira

Já Fui Culpada




Estou cansada
De ser considerada
Sempre culpada.

Se…. A culpa é tua!

Já fui má
sim, já fui
Já fui embirrante
sim, já fui
Já fui teimosa
sim, já fui
Já fui mandona
sim já fui
Já fui refilona
sim, já fui
Confesso que já fui tudo isso,
e quem sabe até mais.

Mas já não sou!

Sou dócil, meiga, carente
Já não grito
nem berro como antes.
Sou afável e delicada.
Sou simpática e amável.

Encontrem-me por favor
Descubram o outro lado de mim
Deixem-me viver como sou
Não me sufoquem com o passado
Vejam o meu outro lado.

Assim não dá!
Quero morrer já!


Maria Antonieta Oliveira

Ano Novo





Além
O sino tocou
O nascer do menino
Tocou
O morrer do velhinho
Tocou
À bênção do Senhor
Tocou
À chegada do Salvador.

Dlim dlão
Toca o sino de novo
Dlim dlão
Vem aí um ano novo
Dlim dlão.

Que dê pão
A quem tem fome
Que se unam e abracem
Os povos em guerra
Que haja bom senso
Nos homens da terra.

Que a luz ilumine
Os corações carentes
E haja paz e amor
Entre as gentes.


Maria Antonieta Oliveira