terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Voltar a Ser


 

 

 

 

A minha face não enrugou

Apenas os meus lábios estão velhos

Cansados das palavras oprimidas

Cansados dos beijos não dados

 

A face sorri com as lágrimas retidas

Os olhos cada dia mais pequenos

Entristecerem no tempo que passou

E nos sorrisos escondidos

Era vergonha

Era incerteza

Era falta de confiança

Era a outra que havia em mim

Agora… agora… agora…

Nada a fazer

Suportar a vida que Deus me quis dar

Coxear tombando

Mesmo com a Maria ajudando

 

E a cabeça, meu Deus, porquê?

Perdi-a não sei onde

Quero reencontrá-la e voltar a ser

Sim, voltar a ser a pessoa inteligente e esperta que era

Ainda não era dito, e eu, já sabia o que aí vinha

Fosse qual fosse o tema, eu sabia

Sabia… já nada sei

 

Desta vez, perdi-me mesmo, sem querer

Perdi-me sem me perder, apenas, perdendo-me.

Já nada existe em mim, para além de um corpo

Gasto, tombado, sem forças, mas com alma

Alma que sofre ao perceber que já não sou

O que ficou perdido, esquecido

O que já não sou, nem  conseguirei voltar a ser.

 

Obrigada, meu Deus, por ainda SER!

 

Maria Antonieta Bastos Alentado (Oliveira)

30-01-2024

 

 

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Os Velhos


 

 

 

Luzes brilhantes, gritos

Alegria no ar

Sons estridentes

Estrelinhas imaginárias

Amizade, união

Famílias em comunhão

E

Dois velhos solitários

Brindam o novo ano.

 

Maria Antonieta Alentado Oliveira

01-01-2024