A minha face não
enrugou
Apenas os meus
lábios estão velhos
Cansados das
palavras oprimidas
Cansados dos
beijos não dados
A face sorri com
as lágrimas retidas
Os olhos cada dia
mais pequenos
Entristecerem no
tempo que passou
E nos sorrisos
escondidos
Era vergonha
Era incerteza
Era falta de
confiança
Era a outra que
havia em mim
Agora… agora…
agora…
Nada a fazer
Suportar a vida
que Deus me quis dar
Coxear tombando
Mesmo com a Maria
ajudando
E a cabeça, meu
Deus, porquê?
Perdi-a não sei
onde
Quero reencontrá-la
e voltar a ser
Sim, voltar a ser
a pessoa inteligente e esperta que era
Ainda não era
dito, e eu, já sabia o que aí vinha
Fosse qual fosse o
tema, eu sabia
Sabia… já nada sei
Desta vez,
perdi-me mesmo, sem querer
Perdi-me sem me
perder, apenas, perdendo-me.
Já nada existe em
mim, para além de um corpo
Gasto, tombado,
sem forças, mas com alma
Alma que sofre ao
perceber que já não sou
O que ficou
perdido, esquecido
O que já não sou,
nem conseguirei voltar a ser.
Obrigada, meu
Deus, por ainda SER!
Maria Antonieta Bastos
Alentado (Oliveira)
30-01-2024
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