sábado, 22 de junho de 2013

Destemida





Avanço destemida
Contra o tempo que me sobra
Quero recuperar a vida
Do tempo que já foi obra.

Cruzo-me com as árvores despidas
E as rosas já floridas
Nos caminhos da verdade.
Encontro aves feridas
Muitas folhas esquecidas
Nos trilhos da saudade,

Reduzo a cinza os meus passos
Recalcados na calçada
Naquela, que pisam os ventos
Quando sopram os meus tormentos
Sofridos no coração.

Mas eu,
Avanço destemida
Contra o tempo que me sobra.

Maria Antonieta Oliveira


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Quadras Soltas ao Amor





Trago um coração ao peito
Aquele que tu me deste
Sinto-o bater ao jeito
Do jeito que me beijaste.

Beijei-te à meia-noite
Tu nem sequer acordaste
De manhã e com afoite
Disseste que comigo sonhaste.

Olhei teus olhos nervosos
Ouvi um gemido teu
Senti teus lábios saudosos
Deslizando no corpo meu.

Acordei, vi o teu olhar
Sorrindo para mim
Como é bom ter teu amar
Hoje e sempre, até ao fim.

Segreda-me amor, ao ouvido
Aquilo que me queres dizer
Olha meus olhos, querido
Sempre felizes, vamos ser.

Se a felicidade existisse
Eu feliz, queria ser
Nem que a ti, eu pedisse
Para comigo viver.

Olho teus olhos amor
E neles vejo tristeza
Vejo sofrimento e dor
Saudades da minha beleza.

Sorriram meus olhos ao te ver
Gotejaram de saudade
Fiquei triste e a sofrer
Pois só quero a felicidade.

Vi-te ontem, sem te ver
Beijei-te, sem te beijar
Tive-te, sem te ter
Amei-te, sem te amar.


Maria Antonieta Oliveira

(Escritas entre os dias 11-05-2013 e 01-06-2013 – numa viagem pela Europa)







Ser Livre








Não me prendas por favor
Deixa-me livre voar
Por mais voltas que dê
É em ti que vou pousar.

Se eu pudesse ser livre
Nem que fosse só por um dia
Fazia tudo o que quero
E no fim, me arrependeria.


Maria Antonieta Oliveira

(Escrito a 24-05-2013 – numa viagem pela Europa)

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Perdoa-me Mãe



PERDOA-ME MÃE


Tens passeado comigo
Todos estes dias
Como se eu não soubesse
Que de mim já partiste.

Partiste!

Já faz tempo que partiste
Tempo que não perdoa
O tempo que passa
Aumentando a saudade.

Recordo com tristeza
Aquele teu olhar parado
Que nada dizia
Do tanto que ficou por dizer.

Recordo o teu sorriso feliz
Nos escassos momentos em que o foste.

Recordo os beijos
Que me deste em pequenina
E eu, não tos soube retribuir
Quando deles precisaste.

Recordo-te, com tanta saudade,
Minha mãe.

Queria poder abraçar-te, beijar-te,
E de novo te pedir perdão
Da filha que não fui.

Perdoa-me mãe!

Maria Antonieta Oliveira

(Poema escrito a 31-05-2013 – dia em que faziam 11 anos do falecimento da minha mãe) – (Numa viagem pela Europa)

Tenho Saudades








Tenho saudades
da tua pele nua,
suada, de encontro à minha.

Tenho saudades
dos nossos corpos transpirados
molhados, no sabor do amor.

Tenho saudades
de sentir o teu coração
palpitando no meu.

Tenho saudades
das tuas pernas peludas
entrelaçadas nas minhas.

Tenho saudades
dos teus pés frios
aquecendo os meus.

Tenho saudades
da tua boca
ávida dos meus beijos.

Tenho saudades
de sentir a tua língua
deslizando no meu corpo
e a minha, no teu.

Tenho saudades
dos nossos corpos se fundirem
num só amor consumado.

Tenho saudades, amor.
Tenho saudades de ti.


Maria Antonieta Oliveira

(Poema escrito a 31-05-2013 – numa viagem pela Europa)

Tudo Me Soa a Falso






Tudo me soa a falso
O que me dizes
O que não me dizes
O teu olhar
quando nem sequer me olhas
O que escreves
E o que não escreves
Até o teu pensamento
É para mim um tormento.

Tudo me soa a falso
Quando falo contigo
Quando falas comigo
Quando sonhamos juntos
Até quando fazemos amor
Tudo é falso em meu redor.

Tudo me soa a falso
Quando me dizes amar
E comigo quereres estar
Quando me olhas nos olhos
E vejo nos teus outros sonhos.

Até agora,
sim, agora
neste preciso momento,
tudo me soa a falso.


Maria Antonieta Oliveira

(Poema escrito a 31-05-2013 – numa viagem pela Europa)

Preciso Soltar as Palavras






Preciso soltar as palavras
e abrir o coração
Dizer os dizeres
do sentir e da razão.

Mas não tenho coragem
Falta-me a roupagem do palhaço
ora rico, ora pobre
que mente brincando
e brinca mentindo
sobre a realidade da sua vida.

Tenho medo!
Medo de trair chorando
Medo da vergonha de um olhar
Medo de deixar de me amar.

Quero soltar as palavras!
Tenho que soltar as palavras!
Quero gritá-las!
Gritá-las bem alto!

Soltar os gemidos sentidos
pelas palavras caladas,
retidas na mente
do coração que sofre e sente.

Maria Antonieta Oliveira

(Poema escrito a 28-05-2013 – numa viagem pela Europa)

A Água Que Me Chove






Entre a verdura da natureza
E a água que me chove
Dei comigo a meditar
E no futuro a pensar.
Foi então,
que tomei uma decisão:

Não!
Não te quero mais, amor
Não quero a tua prisão
na guarida do meu ser
Nem tão pouco me quero sentir
prisioneira de ti.
Não quero mais os teus beijos
de outras bocas já beijadas
Nem teus abraços e carinhos
noutros corpos já doados
Não quero mais esse olhar
que se prende ao meu
Quero meus olhos libertos
para nos teus ver o céu

Liberta-me do pesadelo
de te ver em todo o lado

Deixa-me ver o riacho que corre
A nuvem que passa além
A neve no pico da montanha
As flores que nascem viçosas
E os patos que nadam no rio.

Deixa-me nadar
Nos lagos que correm, comigo.

Liberta-me, amor
E ficarei sempre contigo.


Maria Antonieta Oliveira

(Poema escrito a 28-05-2013 – numa viagem pela Europa)

Flores do Amor







Hoje lembrei-me de ti
E das flores que um dia me deste
Eram da cor do amor
Tinham cheiro a felicidade
Pétalas de carinho
E folhas de liberdade.

Reguei-as com lágrimas sentidas
Cuidei-as com mãos sofridas
E elas,
Deram-me vida
A vida que andava perdida
Nos jardins da eternidade.


Maria Antonieta Oliveira

(Poema escrito a 24-05-2013 – numa viagem pela Europa)

Tanto Verde






Vejo o verde
No verde do meu olhar

Tanto verde me rodeia
Tanto verde me incendeia
Tanto verde a passar

Quanta beleza existe
No verde da natureza
O meu olhar se perde
Nos tons de verde que passam

Ah! Quantos verdes, quantos!

Vejo o verde
No verde do meu olhar.


Maria Antonieta Oliveira

(Poema escrito a 24-05-2013 – pela europa)

Não Partas de Mim, Amor




Não partas de mim, amor
Nunca me deixes só
Sabes amor, tenho medo
Do escuro, da noite, da vida
De tudo em que tu não estás.

Não partas de mim, amor
Somos dois num só destino
Unidos num só caminho.

Dá-me a mão, amor
Leva-me sempre contigo
Nunca me deixes para trás.

Quero ir sempre a teu lado
Quero teu abraço apertado
Tua doce carícia
Tua palavra meiga
Teu olhar de menino
Teus beijos carinhosos.
Quero-te sempre comigo
Não partas de mim, amor.

Se partires sem mim
Guarda um lugar a teu lado
Para quando eu for daqui
Ficar nesse lugar guardado.


Maria Antonieta Oliveira

(Escrito a 24-05-2013, durante a viagem à Europa)