quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Morar na Praia


 

 

 

Quero morar na praia

De uma jangada esquecida

Faço a minha guarida

De um mastro naufragado

Faço a pesca para meu agrado

Um buzio adormecido

Será o meu som preferido

O mar e o seu sal

Curará todo o meu mal

A lua anoitecida

Tapará a minha ferida

E o sol ao acordar

Te trará para me amar.

 

E na praia esperando

Ficarei sentada cantando.

 

Maria Antonieta Oliveira

29-09-2021

 

O Mundo Acontece


 

 

Quando a manhã acontece

E acorda os passarinhos

Lá longe, a noite acontece

E eles, recolhem aos ninhos.

 

A terra gira, rodopia

O mundo acorda e anoitece

A vida nasce, renasce e fenece.

 

O princípio tem fim

Num ciclo continuado

 

E a terra gira

E o mundo acontece.

 

Maria Antonieta Oliveira

29-09-2021

Mulher Cansada


 

Mulher cansada da peleja

Mulher saudosa de nada

Mulher vivida sem vida

Mulher da terra sem raiz

 

Trilhos pelejados

Carinhos partilhados

Vivências abençoadas

Flores nascidas em amor

Gritos, beijos e ais

Tormentos, felizes, desiguais

Dias, noites em vão

Sofrimento, desilusão

Raízes que renascem

O sol amanhece o dia

Aquece o gélido coração

E renova a paz e a alegria.

 

Mulher!

 

Maria Antonieta Oliveira

28-09-2021

  


terça-feira, 28 de setembro de 2021

Nos Braços do Mar


 

 

Abri os braços do mar

Na esperança de te encontrar

O mar enlouqueceu

Entre vagas altaneiras

E espumas ondulantes

Meu pensamento levou.

Na areia deserta e quente

Meus pés cansados ficaram

Esperançosos de novas marés

E nelas, em meus braços atracares

Unidos num só velejo

Abraçados num só beijo.

 

Maria Antonieta Oliveira

28-09-2021

 

Escrito na Lua


 

 

Escrevo na lua

A mensagem tua

A palavra solta

Da boca calada

Ela se escondeu

O sol apareceu

A palavra voou

A boca calada ficou

 

Eu, nada soube

Nada sei

Nem o sol

Nem a lua

Nem o caminho encontrei

As palavras perdidas

No sonho, ficaram retidas

Nem o que escrevi decifrei.

 

Maria Antonieta Oliveira

28-09-2021

 

domingo, 19 de setembro de 2021

Nunca Desistas


 

 

 

Nunca desistas de um sonho

Já dizia o poeta, que “o sonho comanda a vida”

Tu, vive a vida rumo ao teu sonho

Ele mais tarde ou mais cedo se realizará

E, se não for como o sonhaste

Aceita o sonho que a vida te der

E sê feliz nesse sonho não sonhado.

Mas, se o sonho for o que sonhaste

Cumpre-o, respeita-o e realiza-o

Pois um sonho realizado

É uma vida de felicidade.

 

Maria Antonieta Oliveira

19-09-2021

O Sol Brilhará


 

 

 

Mesmo quando o sol não brilhar

Eu quero ver o sol brilhar no teu olhar

Se a chuva teimar em cair

Vamos de mão na mão, caminhar e sorrir

E se o caminho for longo e tenebroso

Rezaremos unidos, para que não seja muito penoso

Unidos num amor incontrolável

Tornaremos a vida muito melhor, mais sociável.

E então, unidos

O sol brilhará sempre

Mesmo quando o céu chorar

O teu, o meu, o nosso olhar

Sempre irá brilhar.

 

Maria Antonieta Oliveira

19-09-2021

 

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Conversa Com o Espelho


 

 

Quando o espelho me mira

E tenta dialogar

Sinto-me pequenina e frágil

Sem palavras para replicar

Sinto no rosto um frio

Como se o vento me encontrasse

E com a sua aragem

Me equilibrasse

Tornando-me mulher crescida

E as palavras dando-me vida

Soltassem a amargura

Desta minha estadia dura

No mundo onde insisto em estar

De pequenina cresceria

Então, com o espelho falaria

Olhos nos olhos

Sorriria com carinho

Abençoando cada dia.

 

Maria Antonieta Oliveira

16-09-2021

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Estou Velha


 

 

 

A vida é uma ilusão

E eu, estou cansada de viver

Estou velha, gorda e barriguda

Sem paciência, disfarçando

Continuo vivendo mentindo

Disfarçando os dias

Passando na vida

Deixando que o mundo gire

Que a terra mude

Que o sol vire lua

E a lua vire sol

Que a chuva caia enlameando o caminho

E eu, continuo caminhando

Esgotada, cansada, exausta.

 

Estou velha!

Muito velha!

 

Maria Antonieta Oliveira

08-09-2021

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Leão Enjaulado


 

 

Com as garras afiadas

Qual leão enjaulado

Seguro nas rédeas que galopam sem par

As redes molhadas, salgadas, vazias

Deixo-as soltas para que voltem ao mar

Nele à deriva, encontrem o jejum

E me tragam a força e a coragem

Que um naufrago precisa para voltar

Ao areal seco e quente

De uma qualquer praia deserta

De garras afiadas

Agarrarei o destino

Com a força de um leão aprisionado

Que luta pela liberdade merecida.

 

Maria Antonieta Oliveira

06-09-2021

Sonhos Ocultos


 

 

 

Oculto os cadáveres dos sonhos já mortos

No baú de um passado sem princípio

Onde fui a vítima de mim própria

Matei-me quando matei o caminho a percorrer

Matei os meus e os teus sonhos

Matei o meu futuro quando parei no tempo

Deixei que o tempo fosse rei e senhor de mim

E passou rápido, matando dia a dia

O que poderia ter sido felicidade

Matou a minha mocidade

Matei-a eu, quando me deixei vencer

Pela solidão, pela nostalgia, pela vida sem vida

Fingindo ser o que não era

Vivendo para o olhar dos outros

Matando o meu próprio viver.

 

Agora, oculto os cadáveres dos meus sonhos

No baú escondido no sótão do meu corpo

Para que ninguém os encontre e descubra

Que sou eu, a mestra dos palhaços.

 

Maria Antonieta Oliveira

06-09-2021