segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Sonhos Ocultos


 

 

 

Oculto os cadáveres dos sonhos já mortos

No baú de um passado sem princípio

Onde fui a vítima de mim própria

Matei-me quando matei o caminho a percorrer

Matei os meus e os teus sonhos

Matei o meu futuro quando parei no tempo

Deixei que o tempo fosse rei e senhor de mim

E passou rápido, matando dia a dia

O que poderia ter sido felicidade

Matou a minha mocidade

Matei-a eu, quando me deixei vencer

Pela solidão, pela nostalgia, pela vida sem vida

Fingindo ser o que não era

Vivendo para o olhar dos outros

Matando o meu próprio viver.

 

Agora, oculto os cadáveres dos meus sonhos

No baú escondido no sótão do meu corpo

Para que ninguém os encontre e descubra

Que sou eu, a mestra dos palhaços.

 

Maria Antonieta Oliveira

06-09-2021

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