quinta-feira, 28 de junho de 2018

Brisa





Sinto uma brisa suave
beijando o meu rosto
o cabelo tirano
ofusca-me o olhar
e o beijo traidor
não passa de sonho.

Cerro o vento
Fecho o tempo
E solto o cabelo
para que de longe
o possas beijar.
Um beijo de amor
um beijo que sinto
na brisa suave
do tempo que passa.

Maria Antonieta Oliveira
27-06-2018

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Liberto-me





Liberto os meus dias
nas palavras que escrevo
dias de luta e labuta
para te ver sorrir.

Ontem, acordei-te
e tu aborrecida, não sorriste
pousaste o olhar na vidraça
embaciada da janela do quarto.
O que estaria para lá do que vias?!
Não sabias!

Imaginei-te o pensamento:
Passeavas pelos jardins
de um castelo encantado
de mão na mão
com o teu belo amado
sonhavam os dois
amavam os dois
beijavam-se
e sorriam felizes.

Viraste a cabeça
olhaste-me friamente
e voltaste a dormir.

Exausta,
saí do teu quarto
e aninhada em mim
adormeci.

Maria Antonieta Oliveira
27-06-2018

terça-feira, 26 de junho de 2018

O Voo do Tempo





No voo do tempo que passa
Passo voando com o tempo

Do salpico na folha caído
Sinto o esvoaçar da rosa florindo.

Acolho-me
Resguardo-me
Fecho a porta à vida
Para que não passe voando
Teimosa e altiva
Renega-me os sonhos
Destrói-me o caminho
Limita-me os passos
E
Passa.

Passa voando com o tempo.

Maria Antonieta Oliveira
26-06-2018

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Paz






Espreito o entardecer
fecho a janela à noite
prefiro a paz do amanhecer
nos raios solares
de um dia de verão.

Não!
Não quero mais um trilho
sem luz,
sem o som dos pássaros
pousando no arvoredo,
sem o riacho de águas
límpidas
onde refresco o pensamento.

Não!
Não quero mais sentir
o vento cuspindo laivos
de azul,
nem a chuva pisando
a relva onde me acolho.

Quero abrir as palavras
e sentir a brisa caminhante
trazendo a serenidade
do sorriso de uma criança.

Maria Antonieta Oliveira
25-06-2018

domingo, 24 de junho de 2018

Olho Teus Olhos




Olho teus olhos
na fluidez de um sonho
Beijo tua boca
na sofreguidão de um desejo
Na cama,
contigo no pensamento
adormeço
E amanheço
contigo na cama
Não me sentes?
Não te sinto!
Mas estás
comigo na cama.

Na fluidez de um sonho
olho teus olhos.

Maria Antonieta Oliveira
22-06-2018

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Acaso




“Nada acontece por acaso”

E o acaso
esse acaso que te trouxe,
não me responde
quando lhe pergunto
porquê?
Porque voltaste, amor?!

Ensinaste-me a amar
e a sofrer por amor
Ensinaste-me a beijar
e beijamo-nos com fervor.

E agora?!
Quero amar-te sem sofrer
Quero beijar-te sem te perder.
Mas, o acaso
esse acaso que te trouxe
foi lento e atrasou-se.

Então,
porque te trouxe?!

Responde-me acaso!

Porque,
“Nada acontece por acaso”

Maria Antonieta Oliveira
21-06-2018

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Sete Décadas




Foi em 48, e em Fevereiro
que, algures no Alentejo
nasceu um rapaz trigueiro.
De seguida, mais quentinha
em junho, nasce uma menina
também ela é trigueira
têm sangue comum
mas de mães e pais diferentes.

Quis o destino
que uns anos mais tarde
os caminhos se unissem
Com socalcos, altos e baixos
com o amor de uma filha
e dois netos lindos e traquinas
carinhos do nosso carinho
derrubaram trincheiras.

E, sete décadas passaram
os setenta chegaram
quarenta e nove de união
amor, amizade, carinho,
compreensão
e assim caminharemos
até ao fim
de mão na mão.

Maria Antonieta Oliveira
11-06-2018
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domingo, 3 de junho de 2018

Criança da Rua




Encontrei-te
caída no chão
qual rosa em botão
socada p’lo vento.

Teu rosto tristonho
teu olhar vazio
teu corpo franzino
que triste destino.

Segurei-te a mão
olhaste-me com medo
sorri-te e disse baixinho
não temas, sou tua amiga
e, naquele momento
teus olhos brilharam
ergueste um sorriso
indefeso, mas feliz.

Também feliz fiquei
apenas um gesto
um simples sorriso
e sei que,
naquele dia mudei
o viver de uma criança.

Maria Antonieta Oliveira
03-06-2018


sexta-feira, 1 de junho de 2018

Deuses do Olimpo


(Imagem da net)




Escrevi uma carta aos deuses
solicitei compreensão
um amor proibido
tem que ser compreendido.
Pedi-lhes também
que o amor não parta
nem esqueça
o que nunca esqueceu.

Os deuses
Os deuses do Olimpo
acederam aos meus pedidos
e, a tua voz
soou aos meus ouvidos.
Trouxe-me paz e serenidade
acalmou meu coração
deu-me felicidade.

Maria Antonieta Oliveira
01-06-2018