sábado, 28 de novembro de 2015

Reboliço da Alma





Veste-me as vestes do amor
Entra em mim como uma chama
Enfurecida na noite escura
Que trai e mente a ingratidão
A injustiça e a guerra
A terra onde caminhamos unidos
Na maldade nefasta das gentes
A raiva incontida, gemida
Grita bem dentro, de dentro de nós

Invade-me com palavras vãs
Ocas de sentimentos precisos
Deita-te na cama comigo
E jura-me falsidades infelizes
Contrapõe opiniões e divagações
Sai correndo p’ra rua em reboliço
Alarma o povo desprevenido
E ama quem te merecer amar
Voando nas asas de condor

Ave horrenda mesquinha
Urubu, abutre do mundo perdido
De um povo insano distorcido
De medos cóleras e degredos
Ódios ásperos ressentimentos
Caminhos de pedras soltas
De árduas montanhas paridas
Pelos ventos das manhãs agrestes
Nos invernos sinuosos da vida

Parte, aparta-te de mim, corre
Foge na longitude dos tempos
Capta imagens e sentires
De outros mundos e gentes duendes
Faz ouvir a tua voz bem fundo
Mostra-me teu rosto imundo
Revela-te a mim como és
Descalça resvalo meus pés
No doce caminho da paz.

Maria Antonieta Oliveira
28-11-2015



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