domingo, 27 de julho de 2025

Porquê?


 

 

Estou triste, para variar

Não sei, não soube construir uma família

A filha á como é, vive a sua vida

Os netos saem à mãe, não os vejo

Não sei deles, se me amam ou odeiam

Vivo por viver, apenas e só para o marido

Mas amo-os a todos

Queria tê-los comigo nos  momentos certos

Mas a vida deles também mudou

Queria abraça-los, beijá-los, senti-los

Mas esse tempo já passou há muito

A família acabou

Todos vivos, todos mortos

E eu choro-os amando-os vivos

Amo-vos tanto, meu Deus

Penso não merecer esta situação

De cinco, só tenho o amor de um

O meu marido que também sofre comigo

 

Porquê?

Não há respostas para os porquês!

 

Maria Antonieta B. Alentado Oliveira

27-07-2025

terça-feira, 22 de julho de 2025

Cento e Três


  

Cento e três, seriam

Foram oitenta e seis

Que te tive

O teu sorriso

O teu abraço sem abraço

O teu amor

O teu beijo

O teu carinho

A tua compreensão

A tua cumplicidade

O teu olhar bonito

 

Hoje tenho tudo isso

Na lembrança, no pensamento

De um coração saudoso

De um amor inabalável

De ti, meu querido e amado pai!

 

Maria Antonieta B. Alentado O.

22-07-2025

sexta-feira, 4 de julho de 2025

O Telemovel Tocou


 

O calor apertava cada vez mais

Tu, dormias tranquilamente

Corpo sem roupa, nu

Eu, acalorada continuava acordada

Ouvia o som do teu respirar

E o pulsar do teu coração

Olhava-te na escuridão do quarto

Sorrias atrevido

Parecia um convite ao amor

Mas dormias…

O calor, o olhar, o corpo nu

Tudo era um convite ao olhar

Um convite a amar, ou, ao amor

Mexi-me e acordaste

Vi teu olhar matreiro e brilhante

Cativava e despertava a líbido

Abraçaste-me e nossos corpos colaram-se

O calor, o ardor, o amor, a volúpia

E concretizámos o sonho de ser felizes

 

Acordei com o som do telemovel

Eras tu a dizer que me amavas.

 

Maria Antonieta B. A. Oliveira

04-07-2025

 


 

Lágrimas de Sal

 

Esgotei a tinta da caneta azul

A preta, também ficou vazia

Procurei um lápis, mas não encontrei

Queria tanto escrever para ti

Dizer-te o que nunca disse

Parei…

Dos meus olhos uma lágrima escorria

Porque não aproveitá-la e escrever com ela

Sim,

Escrevi o quanto já chorei

Por ti, por ti, por ti e por todos nós

Contei a minha vida em gotas salgadas

Salgadas na tristeza sentida

Salgadas nas depressões vividas

Salgadas numa vida já gasta, farta

A chuva parou…

A lágrima secou...

E tanto ainda ficou por escrever…

 

Maria Antonieta Bastos Alentado de Oliveira

04-07-2025

 

 

Futuro

Esgotei as palavras de amor

Esgotei os sentires e a dor

Já não sei viver

Mas não quero ainda morrer

Quero ver-te crescer

Homem adulto com família

Mulher adulta e mãe

Quero continuar a partilha

Do nosso amor antigo

Quero voltar à praia

Pisar a areia molhada e caminhar

Na água fria chapinhar

 

Ver paz e amor entre os povos

Ver paz e amor entre os mais novos

Olhar o sol e o azul do céu

Ver as estrelas numa noite sem breu

Quero continuar a minha felicidade

Dos meus sonhos ver a realidade.

 

Maria Antonieta B. A. Oliveira

04-07-2025