quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Teu Funeral




Passei ontem à tua porta
vi a roseira florida
que plantámos um dia.
As rosas alaranjadas
tal como o sol que nos aquecia,
estavam tristes abandonadas
tal como nós, amarguradas.

Da janela,
pendia a gaiola do canário
aquele que nos acordava
com o seu chilrear
quando ainda abraçados
no carinho aninhados
com desejos de amar.

Cá fora,
o teu carro jazia
coberto de folhas secas
e rodeado de ervas daninhas
Metia dó!
Quantas histórias ele contaria
se pudesse falar um dia.

Olhei ao redor
e uma lágrima caiu, sentida
A vida ali vivida
estava morta, perdida
Sem rumo
finada, acabada.

Os sinos tocam!
Vai sair o funeral!

Maria Antonieta Oliveira

2 comentários:

  1. Me emocionou este poema, sabes que é o que se passa comigo, às vezes sinto-as tão distantes e tanto carinho lhes dei...
    bj.

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    1. o comentário não era a este poema `mas sim aquele abraço que fals querer dar à tua filha, mas pronto agora li este também e tal como o outro também é nostalgico por isso gostei.

      bj

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