sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Cálice





Pousei o cálice no balcão do destino
Pousei a cabeça na vida em desalinho
E meditei.

Cansada de tanto errar
Pelas ruas do caminho a vaguear, adormeci
E sonhei

Calquei as pedras que pisaste
Mergulhei nas águas onde te banhaste
Comi as sobras que deixaste
Bebi da saliva que me deste
Dancei na tua nudez
Cantei ao som do teu hino
Vivi na vida que não foi
E acordei.

No balcão,
O cálice continuava pousado
Vazio
Sem vida ou destino.

Maria Antonieta Oliveira
25-10-2018

Sem comentários:

Enviar um comentário