terça-feira, 10 de novembro de 2020

Embrulho

 

 

 

Num pequeno embrulho

De papel pardo

Guardei os rascunhos da vida

Com cordel de sisal

Fiz um laço farfalhudo

Com as pontas bem enroladas

Para que nada saísse

Para que nada se perdesse

 

Na prateleira forrada de jornal

Depositei meu embrulho

Deixei aí a minha saudade

O meu passado por viver

Os meus sonhos por realizar.

 

Depois, o tempo passou

O embrulho de papel pardo

Com a humidade, se estragou

Nunca saiu da prateleira

Forrada com papel de jornal

Os rascunhos e a vida

Ficaram definitivamente esquecidos

Outro embrulho voltarei a fazer.

 

Maria Antonieta Oliveira

10-11-2020

 

 

 

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