quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Morte


 

 

 

Já nada me doi

De tanta dor sentida

Já não sou ninguém

De tanto que já fui

Nem a água me banha

Nem o mar me acalma

Nem o sol nem a lua me beija

Já nem as flores se abrem quando chega a primavera

O verão já não me aquece

Nem o inverno me arrefece

Meu corpo sofrido partiu

O silêncio à minha volta é sepulcral

O cheiro das flores já mortas

Enoja-me entristece-me

Mataram as flores

Para as darem a quem já não as vê

Morta por morta

Antes eu que as rosas.

 

Maria Antonieta Oliveira

11-01-2023

Sem comentários:

Enviar um comentário