Dobei
a lã de ovelha parida
Dobrei
a linha que me foi prometida
Da
lã fiz sandálias para caminhar
Da
linha fiz lençóis para bordar
Com
pezinhos de lã
Acordei
pela manhã
Ainda
o sol dormia
Já
eu começara o dia
Bordava
… bordava… bordava…
Mas
a linha se quebrava
O
lençol se rasgava
E
eu, desesperava
Descortinei
a janela entreaberta
Encerrava
tristeza extravasava beleza
Dobei
a lã
Dobrei
a linha
Desfiz
o lençol
E
num acto de bravura
Deixei
o sol entrar
E
a minha vida mudar.
Maria
Antonieta Oliveira
05-05-2023
Sem comentários:
Enviar um comentário