Nasci
num dia de sol, ou talvez não
Era
noite estrelada, a lua brilhava
E
eu, para chatear, chorava
Amanhecia
e era quase verão
O
sol aquecia no Alentejo profundo
A
luz entrava no quarto e eu, mamava
A
mãe, num misto de sofrimento e alegria, sorria
Dois
anos passaram entre verões escaldantes
E
invernos demasiado frios, aquecidos na lareira
Aquela
casa onde nasci, passou a ser uma miragem
O
Alentejo de ar puro, ficou na outra margem
E
Lisboa de ruas largas e gentes desconhecidas
Acolheu-me
de braços abertos
O rio
que me trouxe, ainda é o meu rio
Lisboa
já não é a mesma
E
o meu Alentejo, está num sonho inacabado
O
sonho eterno do meu fado.
Maria
Antonieta Oliveira
23-07-2023
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