segunda-feira, 24 de julho de 2023

O Meu Fado


 

 

 

Nasci num dia de sol, ou talvez não

Era noite estrelada, a lua brilhava

E eu, para chatear, chorava

Amanhecia e era quase verão

O sol aquecia no Alentejo profundo

A luz entrava no quarto e eu, mamava

A mãe, num misto de sofrimento e alegria, sorria

Dois anos passaram entre verões escaldantes

E invernos demasiado frios, aquecidos na lareira

Aquela casa onde nasci, passou a ser uma miragem

O Alentejo de ar puro, ficou na outra margem

E Lisboa de ruas largas e gentes desconhecidas

Acolheu-me de braços abertos

O rio que me trouxe, ainda é o meu rio

 

Lisboa já não é a mesma

E o meu Alentejo, está num sonho inacabado

O sonho eterno do meu fado.

 

Maria Antonieta Oliveira

23-07-2023

 

Sem comentários:

Enviar um comentário