terça-feira, 13 de agosto de 2024

Eu


 

 

 

Numa balança de dois pratos

Tentei pesar o que sinto

Perda, dor, sofrimento, eu

Sim, perdi todo o meu ser

Já não sou quem era

Já nem a minha assinatura faço

Tudo perdi, apenas num instante

O andar, a fala, os movimentos, tudo…

Aos poucos tenho recuperado

Mas falta tanto e o tempo já é pouco

Escasseia o tempo e aumenta a tristeza

O desespero, o desânimo, a alegria

Há bem piores que eu, claro que há

Mas… eu sou… eu era… eu

Agora, uma amostra de mim povoa e voa

Num desesperante voar de incertezas

Como será amanhã? Existirá?

E eu o que serei? Como estarei?

O que farei?

Ainda conseguirei ser eu?!

 Ou, serei arvore carcomida!...


No outro prato da balança, ficou a dor....

 

Maria Antonieta B. A. Oliveira

13-08-2024

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