Sou
filha de gente simples
Um
calceteiro sem calçada para fazer
Uma
modista de alfaiate sem tempo para lazer
No
profundo calor alentejano
E
no frio do rigoroso inverno
Sou
filha do amor
Que
ultrapassou meio século
Com
altos e baixos vivemos
Viveram
mais eles que eu
Jovem
sem noção da realidade da vida
Já
crescida e casada
A
vida correu num ápice
Entre
ser mãe e ser avó
Fui
feliz e infeliz, dependia
Era
o tempo, o mau humor, era o dia
Hoje,
consegui erguer-me do fundo poço
Onde
a vida me atirara
E
as depressões sucessivas me levaram
Hoje,
consigo ter mais calma, mais paz
E
ser eu, a que nunca tinha sido.
Maria
Antonieta B. A. Oliveira
24-05-2025
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