domingo, 25 de maio de 2025

Sou


 

Sou filha de gente simples

Um calceteiro sem  calçada para fazer

Uma modista de alfaiate sem tempo para lazer

No profundo calor alentejano

E no frio do rigoroso inverno

 

Sou filha do amor

Que ultrapassou meio século

Com altos e baixos vivemos

Viveram mais eles que eu

Jovem sem noção da realidade da vida

 

Já crescida e casada

A vida correu num ápice

Entre ser mãe e ser avó

Fui feliz e infeliz, dependia

Era o tempo, o mau humor, era o dia

 

Hoje, consegui erguer-me do fundo poço

Onde a vida me atirara

E as depressões sucessivas me levaram

Hoje, consigo ter mais calma, mais paz

E ser eu, a que nunca tinha sido.

 

Maria Antonieta B. A. Oliveira

24-05-2025

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