domingo, 23 de novembro de 2025

Noite...Vida


 

 

Tenho pena que a noite seja escura

As estrelas são poucas  para o tamanho do céu

E a escuridão assusta-me

A escuridão priva-me de viver o que não vivi

Priva-me do fado

Priva-me do convívio

Priva-me do passeio pela baixa de Lisboa

Recordar outros tempos

As mesmas ruas e caminhos

Outras montras, algumas sem graça

Outros negócios, alguns estranhos

Mas as mesmas casas, aquela onde morei

A Igreja que me viu menina a ser baptizada

As ruelas de Alfama onde tantas vezes passei

A Sé e os seus sinos tocando as horas que passam

E o Castelo, e o Jardim de Sta. Luzia

E os passarinhos cantando na procura dos seus ramos

Tanta saudade de outros tempos

 

Mas a noite, é escura, é negra

Tal como o meu coração quando bate a saudade.

A escuridão da noite e do dia

Não me deixa viver o que não vivi.

 

Maria Antonieta B. Alentado Oliveira

23-11-2025

 

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