Tenho
pena que a noite seja escura
As
estrelas são poucas para o tamanho do céu
E
a escuridão assusta-me
A
escuridão priva-me de viver o que não vivi
Priva-me
do fado
Priva-me
do convívio
Priva-me
do passeio pela baixa de Lisboa
Recordar
outros tempos
As
mesmas ruas e caminhos
Outras
montras, algumas sem graça
Outros
negócios, alguns estranhos
Mas
as mesmas casas, aquela onde morei
A
Igreja que me viu menina a ser baptizada
As
ruelas de Alfama onde tantas vezes passei
A
Sé e os seus sinos tocando as horas que passam
E
o Castelo, e o Jardim de Sta. Luzia
E
os passarinhos cantando na procura dos seus ramos
Tanta
saudade de outros tempos
Mas
a noite, é escura, é negra
Tal
como o meu coração quando bate a saudade.
A
escuridão da noite e do dia
Não
me deixa viver o que não vivi.
Maria
Antonieta B. Alentado Oliveira
23-11-2025

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