terça-feira, 19 de abril de 2016

Porta Fechada





O que está por detrás da porta que não ouso abrir?

No recato de mim, ouso pensamentos lascivos
Em que me possuis com a força da natureza
Das águas correntes nos moinhos da vida
No lume incandescente da fogueira do amor
Louca, anseio esse corpo que nunca foi meu
Vejo-te nu, de parcos farrapos vestido
E entrego o meu corpo desnudo ao teu abraço
Não sinto pudor nem vergonha
Laivos de ternura encandeiam os olhares
Lábios de loucura selam anos de paixão
Despe-te, despe-te amor e diz-me em palavras
Olha-me nos olhos e sente o meu olhar em ti
Mostra-me o pulsar do teu coração no meu
Sinto a tua língua deslizando aqui e além
Estremeço de emoção há muito apetecida
Tua mão ousada é por mim quase travada
Mas segue, prossegue o rumo que almejas
Perdidos em labirintos obtusos
Encontramo-nos, amamo-nos e gritamos ao vento:
Amor!
Amo-te!
Amar-te-ei para além deste sonho!

Ousada entrei e vivi por detrás da porta fechada!

Maria Antonieta Oliveira
19-04-2016




1 comentário:

  1. Aproveitando tão belas palavras...

    «Dispo-me e digo
    Em palavras ensandecidas de amor não satisfeito
    Que procura, com anseio,
    Teu corpo desnudo, num abraço perfeito:

    - Abre a porta e ousa entrar,
    Entrega-te sem pudor aos farrapos que faltam rasgar!

    E assim, ambos nus,
    Enlouquecidos, num beijo há muito apetecido,
    Línguas sôfregas
    Por todos os recantos, como se nunca houvesse perdido
    Um tempo desperdiçado
    Mas que regressa a tempo do doce pecado.

    Não traves, não,
    A minha mão que te explora com lascívia e ardor
    Deixa-a seguir
    Um rumo, teu corpo, o teu ninho de amor.

    Sente, sente o pulsar
    Coração, meu membro, enrijecido por ti.
    Entra, sem pudor,
    E entrega-te a mim, por entre esta porta qu’eu abri.»

    Com um ramo de :-) (sorrisos)

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