quinta-feira, 3 de outubro de 2019

A Esplanada





Na esplanada, sobre a mesa
Pousava a caneta de tinta permanente
Tinta azul, como o céu
Esquecida estarrecia
A tinta secou com o tempo
O tempo que tudo seca e destrói
O bloco de notas jazia
Sem linhas, sem palavras
Sem o azul da tinta e do céu
Tudo vazio, esquecido.

Na esplanada, sobre a mesa
Onde outrora bebíamos o nosso café
O tempo não parou, passou
A minha mão deslizou sobre a caneta
De tinta permanente, azul
Sem querer, deixei-a cair
O bloco seboso por escrever
Voou com o vento vadio
Desolada, parti sem olhar
Tudo ficou para trás.

O céu azul, da cor da tinta
Escureceu
Também o meu coração
Entristeceu.
A chuva caindo
Atropelou os meus pensamentos
Com a face molhada
Voltei à esplanada
Na esperança de encontrar a caneta
E voltar a escrever a nossa história.

Maria Antonieta Oliveira
03-10-2019


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