sábado, 8 de fevereiro de 2020

Quando Eu Nasci


Tenho marcada na palma da mão
A história do dia em que nasci
Era uma noite em final de primavera
Quente, fria, dorida, sofrida
E bebida na venda da vila
A mãe esperava a aparadeira
A avó pedia para chamarem o pai
E eu, teimosa logo à nascença
Empurrava a barriga da mãe
Que gritava sofrendo
Ao mesmo tempo, desejando ver
Será menina? Será menino?
O pai chegou, a aparadeira também
A água já quente e as toalhas brancas esperavam
Força e gritos, gritos e força
E eu, saí chorando
- Olha, é uma menina e tem muito cabelo
A mãe e o pai sorriram de felicidade
A avó Rosa, sorrio de alegria
A avó Maria, essa, pulou de contente
Finalmente era avó e de uma menina
Todos felizes e sorridentes
Apenas eu, chorava.

Maria Antonieta Oliveira
08-02-2020

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