Quero
destruir as páginas deste livro
Rasgá-las
ou queimá-las num fogo ardente
Mas,
não consigo
Não
tenho força nos dedos enrugados
Nem
fósforos ou lume que o vento não apague
Folha
a folha uma a uma
E
tantas vivências
Nem
todas boas
Nem
todas más
Anos
vividos de pés frios
De
corpo gelado, carente
De
obstáculos encarados de frente
Só,
sempre e sempre só
E
as páginas somam dias
Somam
meses e muitos anos
Somam
alegrias e desenganos
Mesmo
destruídas
Continuam
vividas
Mas
vou rasgá-las e deixá-las soltas
Quero
ver o vento a levá-las
E
eu fico inerte mas livre
Pronta
a começar a escrever
Outras
páginas de vida
Que
um dia alguém rasgará.
Maria
Antonieta Oliveira
16-02-2022
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