Estagnei
naquela rua onde um dia passavas
A
paragem de autocarro desapareceu
Talvez
tenhas partido com ela
Para
onde, não sei, nem importa
Fechei
o meu mundo quando me fechaste a porta
Perdida
e sem teto cansei de viver
O
destino traiçoeiro ria-se de mim
-
Quando acabas? Quando tens o teu fim?
Sonâmbula
de sofrimento, gelada
Da
noite dormida ao relento
Pousei
meu coração no chão
Elevei
a voz numa canção de amor
E
encantada comigo, dancei contigo
Enamorada
da lua, fui tua
E
o autocarro passou
Noutra
rua, noutro lugar
O
sonho acordou na paragem
E
eu, estagnei no momento
Deixei
voar o pensamento
E
encontrei-te na passagem de mais outro dia.
Maria
Antonieta Oliveira
24-08-2022
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