terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Vida Por Viver





Quero sair por aí gritando o desalinho da alma
Alma que se encontra e desencontra
Nos caminhos do meu mundo
Mundo onde existo sozinha esquecida
Esquecida de viver, sorrir, saltar e brincar
Pelos campos do meu trilho
Trilho que piso a cada escalada vencida ou perdida
Perdida no sol da calçada humedecida
Pelas lágrimas saídas de mim
Por mim paridas no olhar vazio e triste
Triste na nostalgia de uma noite sem luar
Sem estrelas, sem brilho no mar
Mar que purifica a mente e agita as ondas na praia
Praia dos meus dias felizes no areal
Em que sinto a pureza dos pés deslizantes
Deslizam suavemente, pé ante pé
Pé que pisa o sofrimento dos dias e anos
Desenganos, traições e abandonos
Abandonos da vida que não vivi
Vivi sem viver uma história diferente
Que não tem nada a ver com a vida da gente.

Gente que passou na vida sem viver
Viver essa vida com gente feliz
Criança, adolescente, mulher
Vida sem vida, vivida com vida
Nos desígnios da vida partilhada
Assumida e retalhada
Pela vida que constrói e destrói
Os destinos prementes da gente
Que vive a vida sem viver!

Maria Antonieta Oliveira
19-01-2016

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