quarta-feira, 31 de julho de 2024

Sou Luz


 

 

Eu sou luz

A luz do sol que me alumia

Ou da almotolia que me faz ver claro

Sou luz da luz que ligo ao anoitecer

Sou a luz do inferno que arde em mim

E me quer levar para longe

Quero partir deste mundo

Quero encontrar a felicidade eterna

A luz de um dia de verão que reluz

Reluz em mim e dá-me alegria

Quero sair desta monotonia

Deste dia a dia sempre igual

Quero… quero…

Quero nem sei o quê

Na realidade

Não quero nada disto

Quero viver e ser feliz

E agora encontrei o caminho

Da paz, do amor, da felicidade

E, sou a luz que sempre desejei ser!

 

Maria Antonieta B. A. Oliveira

31-07-2024

 

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Segredos

 

Ouviste-me

Sem me ouvir

Falámos

Sem falar

Desabafei

Desabafando

Aconselhaste-me

E ouvi-te

Quero conseguir

Quero seguir o que me disseste

Quero aproveitar o tempo

O meu tempo

Quero finalmente encontrar

Tudo o que perdi à nascença.

OBRIGADA  AMIGA

 

Maria Antonieta B. A. Oliveira

24-07-2024

 

 

Gatinho Atrevido


 

Vi um gato solitário

Espreitando por uma janela entreaberta       

Olhos castanhos escuros, vivos, atrevidos

Lembrei-me dos teus castanhos não leais

O malandro do gato mal me apanhou distraída

Entrou pela janela e correu para a cozinha

Até parecia já conhecer a casa

O  pior, o pior para mim, foi o meu almoço

O peixinho fresquinho pronto a grelhar

Foi ao estomago do gato maroto, parar

Ele assustado, enrouscou.se a um canto

Parecia um menino a tremer, cheio de medo

Devagarinho, aproximei-me, encolheu-se

Decerto pensou que lhe ia bater

Falei-lhe de mansinho, ele ronronou

E atá parecia querer beijar-me de gratidão

Eu fiz  lhe uma festinha de mansinho

O pelo era tão liso, macio e tão quentinho

Encostei a minha face à dele

Pareceu que me queria beijar para agradecer

Tão belo manjar.

Hesitei entre o mandar embora

Ou deixar a janela aberta e dar-lha a escolha

 

Adormeci a sonhar com aqueles olhos castanhos

Meiguinhos e carinhosos

Acordei e de imediato fui à cozinha

A janela continuava aberta

Mas do gatinho nada vi

Deixou vazio meu coração

A solidão voltou àquele rés do chão


Maria Antonieta B. A. Oliveira

24-07-2024

 

domingo, 21 de julho de 2024

O Meu Karma



Fui bebé

Fui menina criança

Moldada, submissa

Criada no espaço que o espaço tinha

 

Levei tareias por tudo e por nada

Em casa, na rua, sozinha ou acompanhada

Isso era o de menos, era assim

 

Fui amada, muito amada

Fui beijada, muito beijada

Era a menina de “pata d’ouro"

A menina de prata e a menina de ouro

Como sua mãe lhe chamava

Era a sua menina que tinha de ser protegida

Exageradamente protegida,,,

 

Fui adolescente e nada mudou

 Apenas o espaço que melhorou

Fui vigiada e perseguida

Nunca tive  o meu lugar

O meu espaço, a minha privacidade

Tive colegas que ainda recordo

Que me avisavam da presença escondida

Enfim, era assim,,,

 

Casei, sou mãe e sou avó de dois lindos príncipes, um homem e uma adolescente, maravilhosos os dois, mas… ausentes…

 

Vim ao mundo, tal como todos nós, com um destino, o meu foi este ser submissa, passar vergonhas, ser tolerante em demasia, ser incompreendida, ser sempre a má da fita, mesmo quando na maioria das vezes não o era. 

Revoltada interiormente em vez de me revoltar para fora, gritar para que todos ouvissem: EU EXISTO E TENHO VONTADE PRÓPRIA!

O meu KARMA foi OBEDECER sem reclamar!

O sorriso disfarça as lágrimas de uma mulher sofrida!

 

Maria Antonieta B. A. Oliveira

21-07-2024

 

 

sábado, 20 de julho de 2024

Tumba


 

 

 

Amanhã fui apanhar o sol da meia noite

Fugi do cemitério sozinha

Agora estou só, ninguém sabe de mim

No caixão ficaste tu, à espera da mão

A mão que te acaricia e abraça

A mão que te ama e massaja

A mão que beijas com amor

O nosso eterno amor

Mas eu fugi, a terra estava húmida

Das lágrimas choradas pelos que ficaram

Poucos, muito poucos

Mas, ainda alguns

Já não choram, só levam flores

De ano a ano, uma vez apenas

Será que ainda vão voltar?

E eu, o que faço aqui sem ti

Espera, amor, vou já

Já estamos de novo quentinhos e de mão dada

Como sempre estivemos ao adormecer.

Maria Antonieta B A: Oliveira

19-07-2024

 

 

 

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Será o Nosso Fim



 

 

Percorri os teus sonhos poéticos

Eróticos e nauseabundos

li-os um a um

comi-os e vomitei-os

 de tão horrendos os senti

erma vulcânicos

eram saídos de um bruxa

a vassoura e a pá varreu-os

e o vento Suão levou-os

devia tê-los guardado

talvez um dia, quem sabe

os lesses

e sentistes o meu sentir

de morte

a morte

sentir que o fim está aqui

aqui mesmo ao virara a esquina´

ficarias a saber tudo

tudo de tudo

sem que eu to dissesse

tu és inteligente

sim, és

mas vais a seguir

a lista não espera 

e a espera não tem tempo

o fim é o fim

e sempre haverá um fim

para tudo

para mim e para ti

e no fim

estaremos juntos e de mão na mão

como quando adormecemos

unidos numa mala de madeira

fechados para sempre!

Maria Antonieta B. A. Oliveira

19-07-2024

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Eternamente Nós


 

 

Olho o teu rosto, bem perto do meu

E vi uma rosa vermelha, a flor do amor

Cresceu, como se fosse bem tratada

O teu olhar, eram dois sóis

Que caminhavam comigo

Como nós de mão na mão

O teu corpo esguio, como o meu

Levitava na brancura alva da nuvem

Passinhos de lã, devagarinho

Com medo de escorregarmos e nos perdermos

Com a outra mão acariciávamos o rosto um do outro

Suavemente, ternurentamente, levemente

 

A nuvem transforma-se numa pomba branca

De asas soltas ao vento, grandes com muita pena se libertando

A cada pena que voava nossa alma se libertava

Tudo em nós se transformava, menos o nosso amor

Porque esse, é indissolúvel

Eternamente NÓS!

 

Maria Antonieta B. Alentado Oliveira

12-07-2024

 

 

 

 

 

Não Sou Poeta


 

 

 

Vi o olho da poesia

Olhava-me com indiferença

Mas de soslaio, parecia recear-me

Disfarçava a diferença entre a indiferença

 

Ela olhou-me veementemente

Eu, retribuí aquele olhar estranho

Possivelmente já nos tínhamos encontrado

Quem sabe um dia, nas palavras de livro qualquer

Ou até, de um porta afamado

 

Palavras daquelas que não sei escrever

Com rima, com métrica, com regras

Tantas sílabas para aqui, mais tantas outras para ali

Não, não sei escrever poesia

Porque não sou poeta!

 

Maria Antonieta B. Alentado Oliveira

12-07-2024